Costa Rica e Grécia reivindicam a vaga mais imprevista

"Los Ticos" impressionaram com a vitória no grupo D. Os helénicos protagonizaram a passagem aos oitavos-de-final mais dramática do Mundial.

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O avançado Bryan Ruiz é uma das principais armas da Costa Rica REUTERS/Dominic Ebenbichler

Independentemente do desfecho do encontro de hoje, entre Costa Rica e Grécia, uma coisa é certa - da etiqueta de protagonistas mais inesperados dos oitavos-de-final deste Mundial nenhuma das equipas se vai livrar. Mais: se, para os helénicos, a simples presença no desafio desta noite, na Arena Pernambuco, em Recife, representa uma nova página na sua história, para “Los Ticos” a passagem aos quartos-de-final seria algo inédito no futebol do país.

E se os costa-riquenhos dizimaram os cépticos ao vencer o “grupo” da morte, deixando Inglaterra e Itália, dois antigos campeões do mundo, pelo caminho, os gregos foram personagens principais no apuramento mais dramático deste Mundial – tudo estava encaminhado para que fosse a Costa do Marfim a passar o grupo, quando, aos 90+2’, Samaras arranca uma grande penalidade e garante a passagem à próxima fase.

Com apenas três jogadores a actuarem nos principais campeonatos europeus (Keylor Navas, do Levante, Júnior Diaz, do Mainz, e Bryan Ruiz, do PSV), a Costa Rica parte para o encontro como a incontornável favorita – um rótulo atestado pelo facto de ter somado sete pontos na fase de grupos e sofrido apenas um golo –, mas os atletas não desvalorizam o inesperado adversário que lhes calhou em sorte. “Estávamos mais à espera da Colômbia ou da Costa do Marfim e no fim saiu-nos a equipa menos previsível, mas, se estão lá, é porque são melhores”, defendeu o médio Tejeda.

“Los Ticos” até já traçaram a estratégia para o sucesso. “É crucial para nós marcar cedo no jogo, especialmente porque a Grécia é conhecida por recuar quando se vê em vantagem”, reconheceu Luis Marin, treinador-adjunto. Caso os seus jogadores o consigam fazer, Jorge Luis Pinto, o técnico principal da Costa Rica, que não deverá promover alterações na equipa relativamente ao último jogo, acredita que a sua selecção pode mesmo "fazer algo ainda maior" e continuar "a surpreender o mundo".

Já os gregos partem para este encontro como claros “outsiders”, mas é incontestável que Fernando Santos se tem revelado um verdadeiro mestre na arte de reverter probabilidades. E se o facto de terem passado a fase de grupos com apenas dois golos marcados fez aumentar o coro que vocifera críticas quanto ao futebol super defensivo desta selecção, o técnico português parece nem sequer perder tempo a pensar nessa questão. “Só sabemos jogar à defesa? É uma piada, só me posso rir. No futebol, temos de atacar e defender. Sabemos defender bem e somos muito fortes no contra-ataque”, ripostou, quando confrontado com o tema, depois do desafio frente à equipa de Drogba e companhia.

Para o embate frente à surpreendente vencedora do grupo D, que poderá representar a terceira vitória de sempre dos helénicos em Mundiais, Fernando Santos deixa um aviso à navegação: “Não os podemos subestimar.” Quanto ao “onze”, Karnezis deverá manter-se na baliza, apesar da lesão sofrida; menos sorte deverá ter Kone, rendido pelo velhinho Karagounis.

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