Assis e Zorrinho de acordo com primárias para primeiro-ministro

A proposta de António José Seguro apresentada no Vimeiro

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Francisco Assis foi um dos primeiros socialistas a defender primárias no partido Miguel Manso

O socialista Francisco Assis, eleito eurodeputado nas eleições de domingo, defendeu este sábado eleições primárias no PS para a escolha do candidato a primeiro-ministro e do líder do partido. No mesmo sentido, Carlos Zorrinho disse ser uma solução "de grande modernidade", mas constatou que "fica tudo em aberto" em relação ao candidato a primeiro-ministro.

"Julgo que devemos estudar a possibilidade de escolhermos não apenas o candidato a primeiro-ministro, mas o próprio líder do partido numas primárias abertas em termos que agora têm de ser definidos", afirmou Francisco Assis aos jornalistas, à saída da reunião.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, propôs eleições primárias e vai reunir esta semana a Comissão Política para iniciar o processo de revisão dos estatutos nesse sentido, enquanto o presidente da câmara de Lisboa, António Costa propôs incluir nessa reunião a discussão da possibilidade de haver um congresso extraordinário, mas foi recusada.

"Há um problema político, o problema foi encarado e vai ser resolvido. Entendo que esta é a melhor solução. Acho que é um momento histórico", disse Francisco Assis.

"Se a escolha não se reduzir ao universo dos militantes", Assis defendeu que fica "respondida a questão que António Costa colocou esta semana" sobre a existência de uma solução de governo.

Para o eurodeputado, quem vier a candidatar-se tem de "apresentar um projecto", porque não se pode "ficar apenas perante um confronto de personalidades", por isso, considerou que "associar a liderança ao candidato a primeiro-ministro obriga os candidatos à liderança a trazer um projecto para o país".

Francisco Assis recordou que, há três anos, quando discutiu com António José Seguro a liderança do partido quis introduzir eleições primárias abertas à participação dos eleitores que não sejam militantes.

"Já na altura me parecia que isso era um passo importante para a credibilização dos partidos políticos", disse.

Para Carlos Zorrinho, a proposta de Seguro traz "grande modernidade", porque "permite, por um lado, ter paz de espírito para aprofundar a discussão sobre o programa a apresentar aos portugueses nas eleições legislativas e permite, em tempo útil, que os militantes e simpatizantes possam escolher o rosto que entendem mais preparado para pôr em prática esse programa".

O dirigente do Laboratório de Ideias do PS e antigo líder parlamentar considera que a proposta de Seguro veio manter a questão da liderança em cima da mesa por algum tempo. "Havia portugueses e militantes que entendiam que António José Seguro era a pessoa mais indicada para enfrentar a direita nas próximas eleições. Outras entendem que é António Costa ou outra pessoa. Está tudo em aberto", afirmou Carlos Zorrinho aos jornalistas, em Torres Vedras.

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