Câmara de Viseu considera que a reabilitação do centro histórico dará "muito trabalho"

A perda populacional do centro da cidade é um dos problemas que o executivo pretende combater

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O presidente da autarquia estima que existam mais de 150 edifícios degradados

O presidente da câmara de Viseu, Almeida Henriques, considerou, nesta quinta-feira, que a reabilitação do centro histórico da cidade dará “muito trabalho” devido aos 25% dos edifícios se encontrarem em “elevado estado de degradação”.

A declaração foi feita na sessão de abertura do seminário “Programa JESSICA: Reabilitação e regeneração urbana. A experiência BPI”, o autarca social-democrata referiu que o centro histórico tem 628 edifícios, dos quais 152 “estão em elevado estado de degradação, sendo a maior parte anterior a 1945”.

O autarca relembrou que a reabilitação urbana e a revitalização do centro histórico representam uma das três prioridades da estratégia do seu governo municipal, uma vez que se trata de “um património histórico, de edificado e humano de grande oportunidade e atractividade”.

“É uma joia da cidade, da região e do país, de enorme valor e singularidade. E que está na moda. Está a ser redescoberto pelas pessoas, pelos turistas, pelos investidores e pela imprensa”, acrescentou o presidente da câmara viseense. Além do estado de degradação dos edifícios, Almeida Henriques considera que também “o repovoamento e a dimensão humana” representam um grande desafio: “Em 2001, residiam no centro histórico 1.900 pessoas. Dez anos depois, e apesar do crescimento populacional de Viseu, o centro histórico perdeu quase 30% dos seus residentes. Hoje serão cerca de 1.300”.

O autarca assegurou que o executivo está “a imprimir uma dinâmica para inverter esta realidade e o ciclo de perda populacional”, esperando que, no primeiro meio ano de mandato, foram lançados concursos para a reabilitação de sete edifícios degradados no centro histórico, no âmbito do programa “Reabilitar para Arrendar”. Na sua opinião, o facto de 16 empresas de construção e reabilitação terem apresentado 41 propostas a estes concursos, “constitui um sinal positivo da atractividade do centro histórico”. Em fase de lançamento está um concurso para a concepção e exploração de um “hostel” num edifício numa das artérias do centro histórico.

Almeida Henriques arelembrou “dois passos estratégicos para a revitalização do centro histórico” dados no mês passado, nomeadamente o processo de preparação de uma candidatura à classificação de Património da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), num horizonte a dez anos, e a colocação em debate público da proposta de estratégia de revitalização daquela zona da cidade.

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