Sessenta mil adeptos, milhares de polícias e um drone

Movimento de aviões em Lisboa deverá superar os máximos registados na Expo 98 e no Euro 2004.

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Adeptos no Terreiro do Paço na sexta-feira Rui Gaudêncio

A afluência de pessoas a Lisboa, devido ao final da Liga dos Campeões onde se defrontarão neste sábado, às 19h45, o Real Madrid e o Atlético de Madrid, permite vários exercícios de contagem: pessoas a virem para a capital, voos que chegam, polícias nas ruas.

Até às 10h deste sábado, o site do Aeroporto da Portela indicava que já tinham chegado 10 voos comerciais de Madrid e seis de outras cidades de Espanha. Ainda chegarão mais 14 aviões de Madrid, e sete de outros locais de Espanha a horas para se assistir o jogo desde o início.

Segundo um comunicado da NAV, que presta serviços de tráfego aéreo, durante o fim-de-semana o movimento dos aviões - comerciais e privados - vai superar os máximos registados em eventos como a Expo 98, o Euro 2004 (que detinha o recorde, com 570 movimentos) ou a Cimeira da Nato em 2010.

O estádio do Benfica, onde a partida será realizada, comporta 60.000 pessoas. Mas nas ruas de Lisboa e, principalmente, nos seus cafés onde o jogo estará a ser transmitido, esperam-se muitos mais. A PSP avançava com mais 60.000 pessoas sem bilhete. E elas vão chegando de carro, de comboio ou em autocarros alugados.

Para receber esta multidão, a PSP organizou uma grande operação de segurança. Além dos sete mil agentes do comando de Lisboa, haverá agentes dos comandos do Porto, Santarém, Beja e Setúbal, e elementos do Corpo de Intervenção, investigação criminal, intervenção rápida, patrulhamento, segurança aeroportuária, trânsito, informações, cooperação internacional e todas as valências da Unidade Especial de Polícia. Já a GNR vai ter 600 militares de várias unidades dedicados à segurança dos adeptos espanhóis desde a fronteira até Lisboa, entre sexta-feira e domingo.  

Estradas cortadas
Os pontos mais importantes da cidade de Lisboa serão, além de Benfica, onde as portas da Luz se abrem às 16h45, o Terreiro do Paço, onde a organização montou o Champions Festival, a região do Rossio e Praça da Figueira, que servirá de zona de fãs do Real Madrid, e o Jardim Amália Rodrigues, ao cimo do Parque Eduardo VII, onde estarão os adeptos do Atlético de Madrid.

Um drone com duas câmaras vai ser utilizado na videovigilância para "garantir a protecção de pessoas e bens, a prevenção da prática de crimes, a monitorização das deslocações de veículos e pessoas e a monitorização de adeptos de risco", lê-se num comunicado da Direcção Nacional da PSP.

Segundo a PSP, a utilização do drone foi autorizada directamente pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que o pode fazer em casos de urgência, mesmo que não haja o parecer obrigatório da Comissão Nacional de Protecção de Dados. O parecer foi pedido pelo ministro, refere a PSP no comunicado divulgado este sábado. Mas até sexta-feira à tarde, a Comissão não tinha recebido qualquer solicitação.

Questionada pelo PÚBLICO sobre a invocação de uma situação de urgência num jogo de futebol cuja data é há muito conhecida, uma assessora de imprensa de Miguel Macedo respondeu que só muito recentemente a PSP informou o ministro da necessidade de usar um drone, salientando, por outro lado, a impossibilidade de antecipar o número de adeptos que se deslocaram de Madrid a Lisboa. 

Haverá ainda mais duas câmaras de videovigilância instaladas em locais estratégicos. As zonas dos fãs dos dois clubes e a zona do estádio do Benfica serão monitorizadas por estas quatro câmaras.

Neste sábado, duas zonas estarão cortadas ao trânsito e servirão de estacionamento de carros: uma na Avenida Infante D. Henrique (no troço entre a Praça 25 de Abril e o viaduto de Santa Apolónia) para os adeptos do Real Madrid; outra na Avenida da Índia (entre o viaduto de Pedrouços e o cruzamento do viaduto de Alcântara), para os apoiantes do Atlético de Madrid.

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