Jorge Jesus não é muito apologista da teoria que defende que só os vencedores de troféus ficam para a história. Independentemente do desfecho do duelo de quarta-feira, com o Sevilha, o treinador do Benfica ressalva que nenhum resultado poderá apagar o percurso da equipa nos últimos anos. “Não é por ganhar amanhã [quarta-feira] que vão olhar para nós de maneira diferente. O reconhecimento destes anos de trabalho está conquistado”.

Perante o Estado-Maior do clube (Luís Filipe Vieira e Rui Costa estavam sentados na primeira fila da sala de imprensa), Jesus foi repisando ideias já gastas durante a época. “Todos os jogos são para ganhar, não são apenas as finais”. “Tentámos caminhar pela estrada que no ano passado percorremos”. Esse percurso levou o clube ao mesmo ponto de chegada de 2013: a final da Liga Europa. O que fizer na quarta-feira é que pode marcar a diferença.

“É verdade que quando estás preparado para estar em finais sentes mais segurança, porque isso não transporta muitos problemas para o plano emocional. Agora isso não é sinónimo de vantagem para ganhar a final. Vamos enfrentar um adversário forte, que já ganhou esta competição duas vezes. Não vejo que ter estado na final dê favoritismo ao Benfica”, alerta Jesus. “Estamos focados e muito confiantes”, acrescenta.

Evasivo quanto lhe perguntam que futuro lhe estará reservado depois desta temporada (“Tudo o que possa acontecer será sempre bom para o Benfica e, fazendo parte de uma equipa, também será bom para mim”),o único treinador a comandar uma equipa sem derrotas na Liga Europa desvalorizou também a longa ausência de um título europeu (já lá vão 52 anos).

“A maioria dos jogadores nem sabe dessa história. [A maldição de Bela Guttmann] é uma lenda que o Benfica tem e que vai ter de ser cobrada e ainda nos dá mais força para que todo esse fantasma dos 50 anos do Benfica sem conquistar a final possa ser cobrado”.