Administrador da Linha Saúde 24 queixa-se de "falta de ética" de enfermeiros

Depois de cortar salários e despedir enfermeiros que não aceitaram reduções, a Linha Saúde 24 vai precisar de novos funcionários para um serviço de apoio a idosos.

No dia em que quase metade dos funcionários escalados não foram trabalhar em protesto contra os despedimentos e cortes salariais em curso, o administrador da empresa que gere a Linha Saúde 24, Luís Pedroso Lima, anunciou que vai pedir uma audiência urgente à Ordem dos Enfermeiros para se queixar da “falta de ética de alguns profissionais”.

Luís Pedroso Lima decidiu revelar ainda à agência Lusa que em Abril deve começar a funcionar um serviço específico de apoio a idosos, para o qual vai ser necessário recrutar “um número significativo” de enfermeiros. A empresa, disse, já está a trabalhar para ter em funcionamento a Linha Saúde 24 Sénior, dirigida especificamente a idosos, mas que será acessível a partir do mesmo número – 808 24 24 24.

Este sábado, dos 40 enfermeiros escalados para os turnos da manhã, em Lisboa e no Porto, 18 não foram trabalhar, segundo informou Márcia Silva, da comissão informal de trabalhadores. A acção de protesto decorre até às 8h00 de segunda-feira. Os trabalhadores, que se concentraram de tarde em frente à sede da empresa em Lisboa, protestam contra os despedimentos que consideram ser uma “retaliação clara por parte da empresa”  contra os funcionários que não aceitaram “a redução salarial e exigiram um contrato de trabalho em vez do ilegal falso recibo verde". Este é o segundo protesto efectuado este mês. 

Luís Pedroso Lima admite que o "boicote" dos trabalhadores causa perturbações no atendimento do call center da saúde, mas refere-se aos funcionários que estão a protestar como “um grupo minoritário”.

"Preocupa-nos porque é um serviço público que está em causa. Sobretudo quando circula uma mensagem a pedir aos enfermeiros que não compareçam ou que demorem mais tempo a atender os utentes, isto demonstra falta de princípio ético da parte de quem o propõe", considera . Na passada quinta-feira, no Parlamento, o ministro da Saúde reconheceu que cerca de duas centenas de enfermeiros não aceitaram a proposta de redução salarial, mas garantiu que a qualidade está assegurada e que a linha deve mesmo alargar a sua área de actuação. 

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