Arquitectura portuguesa na revista anual do Instituto Camões

A identidade da arquitectura portuguesa é o tema central do n.º 22 da revista do Instituto Camões, relativo a 2013, reunindo testemunhos de arquitectos nacionais e estrangeiros com ligação a Portugal e entrevistas a Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura.

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Álvaro Siza Adriano Miranda

Neste número da Camões, Revista de Letras e Culturas Lusófonas, lançada em Dezembro, juntam-se testemunhos de arquitectos como o brasileiro Paulo Mendes da Rocha, autor do projecto do novo Museu dos Coches, em Lisboa, ou o italiano Vittorio Gregotti, que desenhou o Centro Cultural de Belém.

Nas cerca de cem páginas da revista dedicada totalmente à arquitectura, surgem ainda ensaios dos arquitectos Ana Tostões, sobre A diáspora ou a arte de ser português, Ana Vaz Milheiro, subordinado ao tema Cidade e Arquitectura em África: Obras públicas no crepúsculo da colonização portuguesa, e Nuno Grande, sobre Arquitectura portuguesa em fim de século: entre o pós-ideológico e o pós-moderno".

A revista foi elaborada com o apoio institucional da Ordem dos Arquitectos e inclui contributos de duas dezenas de especialistas, tendo a selecção de conteúdos passado por um conselho editorial especializado, constituído pelos arquitectos Helena Barranha (Universidade Técnica de Lisboa), Jorge Figueira (Universidade de Coimbra) e Manuel Graça Dias (Universidade do Porto).

Num texto assinado por estes três arquitectos, é destacado que "a arquitectura tem ganho crescente presença como uma força da cultura portuguesa". "Não sendo, entre nós, tradicionalmente, uma arte promovida pelo Estado, foi pelos seus próprios meios adquirindo prestígio nacional e internacional", salientam os autores.

Nessa linha, Barranha, Figueira e Graça Dias referem que a atribuição dos Pritzker - o mais prestigiado prémio mundial de Arquitectura - a Álvaro Siza, em 1992, e a Eduardo Souto de Moura, em 2011, se deveu "à singularidade e perseverança dos próprios" arquitectos.

Os autores salientam ainda o "quadro cultural que move os arquitectos portugueses", desde o congresso de 1948 e outros marcos, como o Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa, publicado em 1961, ou o trabalho pioneiro no campo da crítica realizada pelo arquitecto Nuno Portas desde o final de 1950.

Com uma tiragem de mil exemplares, a revista é distribuída em centros culturais, centros de língua, leitorados nas universidades, coordenações de ensino e escolas da rede Ensino Português no Estrangeiro.
 

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