Ricardo Rio anuncia saída de Vítor Sousa da Câmara de Braga, que este não confirma

Ex-candidato à câmara pelo PS considera declarações do presidente sobre o seu abandono da vereação "extemporâneas" e "deselegantes".

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Vítor Sousa sugeriu na campanha eleitoral que não ficaria como vereador Adriano Miranda/Arquivo

Uma declaração do presidente da Câmara de Braga está a criar uma polémica com o líder local e ex-candidato autárquico do PS. No final da reunião do executivo desta segunda-feira, Ricardo Rio deu conta aos jornalistas da intenção de Vítor Sousa de abdicar do cargo de vereador. Só que o eleito socialista não confirma a decisão, acusando o presidente da câmara de “deselegância”.

“A decisão não está tomada”, garante ao PÚBLICO Vítor Sousa. “Esta é uma conversa para ter primeiro nos órgãos próprios do partido”. A reacção do vereador do PS surgiu poucas horas depois de a sua renúncia, que há muito é ventilada na cidade, ter sido apresentada como definitiva pelo presidente da câmara. Ricardo Rio surpreendeu ao anunciar que o líder do maior partido da oposição “vai cessar funções no executivo em breve”.

Durante a campanha, o candidato do PS nunca escondeu que o objectivo era ser presidente de câmara e que dificilmente estaria disponível para assumir funções como vereador da oposição, mas acabou por tomar posse. O afastamento de Vítor Sousa da primeira linha da cena política bracarense é visto como uma forma de facilitar uma renovação geracional no partido e desimpedir as aspirações nacionais do seu filho, Pedro Sousa, que foi um dos seus mais directos colaboradores durante a campanha interna no partido e a candidatura autárquica.

No passado sábado, Hugo Pires, que é também vereador e foi o número dois da lista do PS, foi eleito novo líder da concelhia do partido, com 77% dos votos, sucedendo a Vítor Sousa. O ainda líder dos socialistas de Braga não esconde que a passagem de testemunho pode abrir a porta à sua saída da câmara, porque “abre uma oportunidade para que se dê continuidade ao projecto”. Mas esta não é ainda uma decisão definitiva, sublinha o vereador do PS, lamentando o “anúncio extemporâneo” do presidente de câmara.
 
 

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