O caminho para o Brasil pode passar por uma inédita vitória sobre a Suécia

Portugal e Suécia começam hoje a disputar o play-off que dará uma vaga no Mundial 2014. Paulo Bento aceita a pressão do favoritismo mas acredita que a equipa vai alcançar o objectivo.

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Cristiano Ronaldo é uma das principais armas da selecção portuguesa para derrotar a Suécia, esta noite, no Estádio da Luz Francisco Leong/AFP
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Paulo Bento aceita a pressão do favoritismo mas acredita que a equipa vai alcançar o objectivo Miguel Riopa/AFP
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“Tenho um bom feeling”, confessou Erik Hamrén Rafael Marchante/Reuters
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Ibrahimovic é a principal ameaça da selecção sueca Miguel Riopa/AFP
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O Estádio da Luz terá lotação esgotada Miguel Riopa/AFP

Se ganhar esta noite à Suécia (19h45, RTP1), a selecção portuguesa dará um passo rumo ao Mundial 2014. E conseguirá um feito histórico: Portugal regista apenas três vitórias (em 15 partidas) sobre a equipa escandinava e nenhuma delas foi obtida em casa. A luta por um bilhete para o Brasil passa pelo Estádio da Luz, cuja lotação está esgotada. Cristiano Ronaldo e Zlatan Ibrahimovic, dois jogadores candidatos à Bola de Ouro da FIFA para 2013, são as grandes figuras das duas selecções, mas só um poderá estar no Brasil em 2014.

Para a equipa portuguesa este é o terceiro play-off consecutivo que tem de disputar (aconteceu na qualificação para o Mundial 2010 e para o Euro 2012), em busca de uma sexta presença em fases finais de Campeonatos do Mundo. A Suécia, que já disputou 11 Mundiais, é pela primeira vez obrigada a jogar esta eliminatória.

De ambos os lados, o discurso mistura uma dose de confiança e outra de reserva. Há preocupações assumidas, mas que são logo desvalorizadas.

Ontem, Paulo Bento concedeu que Ibrahimovic atravessa um momento de forma extraordinário. Mas insistiu que não quer que a selecção nacional se preocupe exclusivamente com o avançado do Paris Saint-Germain. Da mesma forma, Erik Hamrén começou por dizer, na antevisão da partida, que Portugal é favorito “por três razões”. A saber: “Tem melhor ranking, esteve perto de ir à final no Euro 2012 – só perdeu nos penáltis contra a Espanha – e joga em casa”, enumerou o técnico sueco. Dito isto, Hamrén confessou que tem “um bom feeling”. “Desde que a qualificação começou que acreditamos que vamos ao Brasil. Tentámos ficar no primeiro lugar do nosso grupo, mas a Alemanha foi muito forte. Vamos fazer tudo no play-off”, garantiu.

Oportunidade imperdível
Esta eliminatória representa uma oportunidade que nem Portugal nem a Suécia querem deixar fugir. Cristiano Ronaldo, que este ano atingiu a centésima internacionalização e ultrapassou Eusébio enquanto segundo melhor marcador da história da selecção, tem evidenciado um rendimento extraordinário. E lá vem o duplo discurso, preocupação-desvalorização: “Cristiano Ronaldo é uma grande estrela e um jogador importante para Portugal. Mas há outros dez jogadores no campo. Não nos podemos concentrar apenas num”, frisou Hamrén.

Ibrahimovic, aos 32 anos, atravessa um excelente momento de forma e tem diante de si aquela que será, provavelmente, a última oportunidade de obter um feito histórico ao serviço da sua selecção – para mais, tendo falhado a presença no Mundial da África do Sul. “É um grande jogador, está a atravessar um momento de forma extraordinário. Mas temos de fazer um trabalho de equipa e não nos preocuparmos só com a individualidade. Queremos condicionar a organização colectiva da Suécia e levar o jogo para um plano no qual nos sintamos o mais confortáveis possível”, vincou Bento.

Portugal joga em casa e Paulo Bento espera um adversário à espreita do contra-ataque. A responsabilidade está do lado da equipa nacional: “Aceitamos a pressão. O objectivo é estar presente numa grande competição. Temos condições, capacidade e qualidade para alcançar esse objectivo. Não nos preocupamos se somos mais ou menos favoritos. Não é relevante”, disse o técnico.

Para já, ontem, na Luz, a festa foi dos suecos. Aproximadamente 100 adeptos estiveram na bancada a assistir ao treino da equipa de Erik Hamrén, sem poupar nos aplausos e gritos de incentivo – ao ponto de o técnico, descontraído, subir para junto dos adeptos e ficar ali durante largos minutos à conversa. E esta noite, quem vai fazer a festa?

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