Presidente do COP desvaloriza pedido de demissão do Benfica

Clube acusa Constantino de quebrar deveres de isenção numa mensagem crítica que escreveu no Facebook como adepto e sócio do Benfica.

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Enric Vives-Rubio

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, desvalorizou nesta terça-feira o pedido de demissão do Benfica pelas críticas feitas ao clube de que é sócio na página do Facebook.

“Enquanto sócio do Benfica sempre exprimi publicamente as minhas posições sem prejuízo das minhas funções. Não perco opinião sobre o meu clube por ser presidente do COP. Fiz num espaço privado e pessoal que partilho com amigos”, justificou José Manuel Constantino.

Segunda-feira, o Benfica pediu a demissão e cortou as relações institucionais com o presidente do COP, considerando que José Manuel Constantino criticou a organização do clube.

“A Direcção do Sport Lisboa e Benfica considera que o presidente do Comité Olímpico de Portugal violou de forma grosseira os deveres de isenção, imparcialidade e independência que são essenciais no exercício das suas funções, razão pela qual entende que só resta um caminho ao presidente do COP, apresentar a sua demissão”, lê-se num comunicado, publicado no site dos “encarnados”.

No mesmo documento, o Benfica diz que, até tal suceder, “recusa-se a manter mais qualquer contacto institucional, garantindo, porém, que continuará a investir e a dar todas as condições de trabalho e desenvolvimento aos atletas do Benfica Olímpico”.

José Manuel Constantino desvalorizou a tomada de posição do clube de que é adepto e sócio, garantindo que o organismo não tem nada a ver com aquilo que escreveu.

Na sexta-feira de manhã, o presidente do COP publicou no Facebook uma mensagem, na qual criticava a organização do Benfica, referindo que “um bom treinador será sempre penalizado num clube com deficiências e carências organizativas”.

“O problema do futebol do Benfica é de ambos os domínios. Vive de memórias. E chegou tarde ao comboio dos tempos atuais e das exigências que a organização desportiva requer. Não procurou a qualidade, o conhecimento e a organização. Pensou que bastaria ter instalações, história, glórias, museu, massa associativa, uma águia amestrada, kits para sócios, construção civil, merchandising e o Eusébio”, lê-se.

José Manuel Constantino falava ainda de “um arrogante populismo”.

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