Benfica em Amesterdão? Já há muito por onde escolher

A tarde trouxe os adeptos de última hora e uns pozinhos de festa à capital holandesa. Já se ouve português a plenos pulmões nas ruas.

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Amesterdão já é Benfica desde a hora de almoço Michael Kooren/Reuters

Da manhã para a tarde a diferença é como da noite para o dia. Conhecem a tradição de chegar tarde e a más horas aos compromissos? Pois bem, o futebol não é excepção. De Faro com passagem por Roterdão, de Lisboa com escala em Düsseldorf, os meios pouco interessam desde que o fim seja atingido a tempo. E o fim é a final desta noite, entre Benfica e Chelsea, que arrastou milhares de convidados de última hora até à capital holandesa.

Amesterdão já é Benfica desde a hora de almoço. Já se sente no movimento dos restaurantes, já se vê nas esplanadas dos bares – que se confundem com um qualquer café da baixa lisboeta – já se ouve, alto e bom som, o que é sentir o clube além-fronteiras. Na viagem de metro entre o centro de Amesterdão e o estádio já não é possível ficar indiferente. Entre o “Ninguém pára o Benfica” e o “Glorioso, SLB”, venham os holandeses e escolham. E muitos deles escolhem colocar os auriculares nos ouvidos e fugir para outra dimensão.

Alan, adepto do Newcastle que confiava cegamente numa presença na final, está esta quarta-feira perdido no meio de uma maré de benfiquistas. Se não podes vencê-los, junta-te a eles, terá pensado. Daí até entoar, ele próprio, os cânticos mais populares de apoio à equipa portuguesa vai um passo. Ou um pedido de um benfiquista: “Alan, now you sing alone”. E ele canta, a plenos pulmões, com o “extra” que é o sotaque britânico a colorir a melodia. “Today, I’m Benfica”, assegura.

Será dos poucos ingleses em Amesterdão com este estado de espírito. Se os benfiquistas chegaram em força à hora de almoço, o mesmo pode dizer-se dos londrinos. O Chelsea veio para ficar (pelo menos por uma noite) e para provocar, tanto quanto possível, um adversário que ainda procura levantar-se depois do K.O. no Estádio do Dragão: “Pooooorto, Poooooorto”, grita um grupo de adeptos dos blues, a caminho da Praça Dam.

Dez quilómetros adiante, já nas imediações do estádio, vai mandando o Benfica, que começa a preencher uma das fanzones à medida que o speaker de serviço vai dando as ordens: “Quero ver essas bandeiras no ar”. E algumas levantam-se mesmo, em sinal de partilha. Não são mais de duas dezenas, porém. A maior fatia do apoio a Jorge Jesus e companhia está guardada para as 19h45, nas bancadas do Arena de Amesterdão.

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