Mortalidade nas estradas portuguesas diminuiu 16%

Portugal teve a quarta maior redução do número de mortos na União Europeia, embora ainda esteja entre os países com maior sinistralidade.

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No ano passado, o número de mortos em Portugal foi de 71 por milhão de habitantes Paulo Pimenta

Em 2012 morreram, em acidentes rodoviários, 71 portugueses por milhão de habitantes, comparativamente aos 84 registados em 2011. Os dados são de um relatório com números provisórios sobre a mortalidade rodoviária na União Europeia (UE) publicado, nesta terça-feira, pela Comissão Europeia. A mortalidade rodoviária no país baixou 16%, a quarta maior redução na Europa dos 27 – à frente estão Malta, Chipre e Dinamarca com quebras de 48, 28 e 18%, respectivamente. A descida média europeia é de 9%.

Portugal tinha já registado um decréscimo 7% na evolução do número de mortes, entre 2010 e 2011. No entanto, segundo os dados de 2012, o número de acidentes rodoviários nas estradas portuguesas é o oitavo mais alto entre os países da Europa dos 27.

A nível geral, o relatório indica que, no ano passado, a mortalidade rodoviária na UE decresceu em 9% – o número mais baixo de vítimas mortais nas estradas europeias, desde que a recolha destes dados começou. Em 2011, verificou-se uma descida de apenas 2% do número de mortes na estrada, em relação a 2010.

Para Siim Kallas, comissário europeu encarregue da pasta dos transportes, “é extremamente encorajador constatar este tipo de resultados”, diz em comunicado da Comissão Europeia. O objectivo é que os Estados-membros consigam, entre 2010 e 2020, reduzir o número de mortes na estrada para metade. Para atingir esta meta, é preciso que se verifique ainda uma redução média de 7%.

Apesar de estes números serem variáveis de país para país, em 2012, os Estados-membros com menor número de vítimas mortais em acidentes de viação foram o Reino Unido (com 28 mortos por milhão de habitantes), a Suécia (com 31), os Países Baixos e a Dinamarca (ambos com 32).

Melhor comportamento nas estradas
O programa de acção europeu para a segurança rodoviária, posto em marcha em 2011, propõe uma melhoria das estruturas rodoviárias e dos veículos, assim como do comportamento dos utentes nas estradas. Também foi delineado um plano de regras de execução transnacional, relativo a infracções ao código da estrada cometidas no estrangeiro, que entrou em vigor em Novembro passado.

Apesar da melhoria nos resultados, o comissário relembra que são ainda 75 as pessoas que morrem diariamente nas estradas europeias e que, por cada morte rodoviária, existem dez feridos graves – que incluem lesões cerebrais e lesões na medula espinal – e 40 feridos ligeiros.

“A mortalidade rodoviária é apenas a ponta do icebergue. (...) Precisamos de uma estratégia para diminuir o número de lesões graves resultantes de acidentes de viação em toda a UE”, continua Siim Kallas.

No sentido de criar uma estratégia para baixar o número de pessoas com lesões graves resultantes de acidentes de viação, a Comissão Europeia lançou, nesta terça-feira, um documento que prevê medidas de estratégia global da UE, das quais fazem parte métodos de recolha de dados comparáveis à escala europeia.

Estima-se que, por ano, na Europa, 250.000 pessoas são vítimas de lesões graves causadas por acidentes rodoviários, das quais as mais comuns são traumatismos cranianos e cerebrais.

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