Governo dos Açores garante apoio às famílias desalojadas após o temporal

Deslizamento de terras matou três pessoas e deixou três famílias desalojadas, só no concelho da Povoação, em S. Miguel. Na ilha Terceira também houve danos.

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Equipas de socorro retiraram três cadáveres de dentro das casas soterradas Rui Pedro Soares
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Três casas ficaram completamente soterradas Rui

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, afirmou nesta quinta-feira que os serviços regionais de apoio social e à habitação já estão no terreno para ajudar as famílias afectadas por uma derrocada no Faial da Terra, na ilha de S. Miguel.

Um deslizamento de terras no lugar de Burguete, freguesia do Faial da Terra, concelho da Povoação, cerca das 23h30 de quarta-feira, deixou completamente soterradas três casas e matou três pessoas.

Além disso, três famílias ficaram desalojadas e outras casas da mesma zona, na base de uma encosta, foram retiradas.

Duas mulheres e uma criança de quatro anos, que residiam numa dessas casas, estão internadas no centro de saúde local para receberem acompanhamento psicológico. Apesar de não apresentarem ferimentos, "estão emocionalmente afectadas e necessitam de apoio psicológico", disse à Lusa a directora clínica do Centro de Saúde da Povoação, Isabel Almeida.

Segundo Vasco Cordeiro, que falava aos jornalistas no local onde ocorreu a derrocada, o Laboratório Regional de Engenharia Civil já está a avaliar a zona e as construções e “consoante essa avaliação, depois serão tomadas as decisões em conformidade”.

Os trabalhos de remoção dos escombros e limpeza da zona foram interrompidos às 9h30 (10h30 em Lisboa), por questões de segurança.

O governante afirmou ainda que há outras situações a exigir a intervenção da Protecção Civil e dos serviços do executivo que gerem as obras públicas em várias ilhas dos Açores, relacionadas com derrocadas mais pequenas e inundações, destacando a “situação dramática” de Porto Judeu, na ilha Terceira, onde houve casas inundadas.

Nesta ilha, três famílias tiveram de ser retiradas das suas casas, que ficaram inabitáveis, e estão provisoriamente alojadas na Casa do Povo do Faial da Terra, para onde foram levadas esta madrugada, por volta das 02h.

Em Porto Judeu, duas pessoas foram ainda hospitalizadas, 30 desalojadas e 23 habitações inundadas devido à chuva forte que assola o arquipélago dos Açores.

Segundo as informações veiculadas pela AFN – Lajes Defense Media, dirigida à comunidade norte-americana residente na Base das Lajes, todos os meios estão no terreno para garantir a segurança das populações e a remoção do material arrastado pela força da água.

São Miguel foi a ilha que registou os maiores níveis de pluviosidade entre as 12 horas de quarta-feira e as 12 horas desta quinta-feira, tendo a estação meteorológica do Nordeste assinalado 122 litros por metro quadrado (l/m2),informou o meteorologista João José Fernandes.

O segundo maior nível registou-se em São Jorge, com 99 l/m2, ao passo que na ilha do Pico foram registados 66 l/m2. De acordo com as informações obtidas junto do Instituto do Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Faial registou 65 l/m2, a Terceira 62, Graciosa 55, Flores 19 e Santa Maria e Corvo 18.

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