Ministro quer reduzir preços, articular serviços e aumentar consultas para a diabetes

Ministério da Saúde anuncia objectivos em dia de apresentação do relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes.

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Em 2013 registaram-se 226 mortes de doentes infectados por VIH Daniel Rocha

O ministro da Saúde anunciou nesta terça-feira a intenção de baixar a despesa com os medicamentos, promover uma maior articulação entre os serviços de saúde e aumentar o acesso às consultas, para combater o aumento dos custos com a diabetes.

O relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes, apresentado nesta terça-feira e relativo a 2011, revela que os custos com a diabetes continuam a aumentar em Portugal, tendo representado uma despesa de 1816 milhões de euros, o equivalente a 1% do PIB. O mesmo estudo mostra que o número de embalagens para a insulina subiu 60% na última década, enquanto o custo com essas mesmas embalagens subiu 297,5%.

“Isto na doença que tem a maior prevalência em Portugal significa que é insustentável este crescimento”, afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, no final da apresentação do relatório.

A propósito lembrou as medidas já desenvolvidas pelo Governo, como o aumento dos genéricos e a redução do preço dos medicamentos, e anunciou outras como a abertura de um concurso centralizado, no âmbito dos serviços partilhados do Ministério da Saúde, com vista a obter melhores preços para as tiras de glicemia.

O ministro afirmou ainda querer baixar os custos com a medicação e sublinhou a necessidade de ter doentes diagnosticados mais cedo, para que necessitem de menos cuidados hospitalares e sobretudo nas fases mais graves (amputações e complicações múltiplas).

O comentário do ministro vinha a propósito de o relatório revelar que se gasta mais do dobro em tratamento hospitalar do que se gasta na medicação. Para Paulo Macedo também é “essencial ter melhor coordenação” e por isso informou que foi lançado esta terça-feira, e já divulgado no site da Direcção-Geral da Saúde, o “processo assistencial integrado para a diabetes, que visa a articulação entre cuidados primários, cuidados hospitalares e prevenção”.

Outro aspecto essencial para a redução dos custos com a diabetes é o aumento dos doentes diagnosticados, já que dos mais de um milhão de diabéticos em Portugal, 44% não estão diagnosticados.

“Queremos que mais pessoas venham aos cuidados primários, há ainda centenas de milhares de pessoas com diabetes não diagnosticada”, afirmou, sublinhando o número crescente de consultas para a diabetes.

Lembrando que o Serviço Nacional de Saúde presta 40 milhões de consultas, das quais, 1,8 milhões são da diabetes, Paulo Macedo considerou que é necessário chamar mais pessoas para mais consultas nos cuidados de saúde primários.

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