Sou Fujimoto vai erguer uma nuvem de Verão na Serpentine Gallery

Arquitecto japonês escolhido esta quinta-feira para desenhar o pavilhão temporário da galeria de Londres, sucedendo a Herzog & de Meuron e Ai Weiwei.

O aspecto exterior do projecto de Sou Fujimoto
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O aspecto exterior do projecto de Sou Fujimoto Sou Fujimoto Architects
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Os interiores do pavilhão temporário, a inaugurar em Junho Sou Fujimoto Architects
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O arquitecto Sou Fujimoto David Vintine
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A Casa Final de Madeira, projecto de 2008 Iwan Baan
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Em Tóquio, a Casa NA data de 2011 Iwan Baan
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Um apartamento em Tóquio, completado em 2010 Iwan Baan
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A biblioteca da Universidade de Belas Artes de Musashino Daici Ano

Sou Fujimoto é o mais jovem arquitecto a ser escolhido para desenhar o pavilhão temporário que, a cada Verão, aterra em Londres por encomenda da Serpentine Gallery. Com 41 anos e vários prémios no currículo, o japonês sucede assim à dupla suíça Herzog & de Meuron que, com o artista plástico chinês Ai Weiwei, elaborou em 2012 uma estrutura provisória em cortiça portuguesa, fornecida pela Corticeira Amorim para a galeria britânica.

A Serpentine anunciou quinta-feira o nome do 13.º arquitecto escolhido para a já tradicional e ambiciosa tarefa de criar um espaço temporário alocado à galeria nos Kensington Gardens de Londres. “Para o pavilhão de 2013 proponho uma paisagem arquitectónica”, diz o arquitecto no comunicado de imprensa da Serpentine, que descreve o local onde vai erguer a sua estrutura como um “contexto pastoral” cujo verde antevê que “se entrelace com uma geometria construída”. O projecto do japonês tem algo de nebuloso – não por ser opaco, mas por convocar a ideia e a imagem das nuvens na sua construção.

De 8 de Junho a 20 de Outubro, Sou Fujimoto planeia ocupar 350 m2 com uma estrutura de mastros de aço de 20 milímetros de espessura “com uma aparência leve e semi-transparente que lhe permitirá misturar-se, como uma nuvem, na paisagem”, descreve a Serpentine na mesma nota, que Sou Fujimoto completa: “a qualidade delicada da estrutura, realçada pela sua semi-transparência, vai criar uma forma geométrica, como uma nuvem, como se fosse uma névoa a emanar das ondulações do parque”. O pavilhão terá duas entradas e “vai formar um anel semi-transparente e irregular” com “uma série de terraços em escada” onde as pessoas se poderão sentar, diz ainda o arquitecto japonês.

O espaço funcionará como ponto de encontro social, com um café no seu interior, e estará aberto a diferentes possibilidades de interacção do público ao longo da sua estadia nos jardins. Será “um terreno transparente que encoraje as pessoas a interagir com ele e a explorá-lo de diferentes formas”, diz Sou Fujimoto. Ali, diz ainda o arquitecto cuja obra construída está sobretudo no Japão (das casas particulares como a Casa Final de Madeira ao museu e biblioteca de arte Musashino, na Universidade de Musashino), “será criada uma nova forma de ambiente” a partir da fusão do humano e do natural e de alguns pontos de vista o pavilhão parecerá fundir-se com a estrutura clássica da Serpentine Gallery, com os visitantes suspensos no espaço”.

Os directores da Serpentine, Julia Peyton-Jones e Hans Ulrich Obrist, descrevem Sou Fujimoto como "um dos mais fascinantes arquitectos do mundo actualmente”, “um visionário”. Os pavilhões temporários da galeria londrina são um dos marcos anuais do calendário cultural e da arquitectura em especial. Em 2005, os portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura co-assinaram o pavilhão temporário da Serpentine, juntando-se à colecção de prémios Pritzker que já se ocuparam deste projecto - da inaugural Zaha Hadid (2000) a Frank Gehry (2008), passando por Oscar Niemeyer (2003), Peter Zumthor (2011), Rem Koolhaas (2006), Jean Nouvel (2010) ou pelos também japoneses Kazuyo Sejima & Ryue Nishizawa do atelier SANAA (2009). 
 

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