População estrangeira representa 3,7% do total do país

Censos 2011 indicam que, em Março daquele ano, viviam em Portugal mais de 394 mil estrangeiros.

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Os ingleses concentram-se no Algarve Rui Gaudêncio

A população estrangeira residente em Portugal cresceu cerca de 70%, na última década, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta segunda-feira, indicando que, em Março do ano passado, viviam no país perto de 395 mil imigrantes.

Por ocasião do Dia Internacional dos Migrantes, que se assinala na terça-feira, o INE apresenta um retrato da população estrangeira, que vive em Portugal, representando 3,7% do total do país, em Março de 2011, com os 394.496 residentes, segundo os resultados dos Censos 2011.

O INE adianta que, na última década, a população estrangeira a residir em Portugal cresceu cerca de 70%, correspondendo a um aumento de 167.781 imigrantes. Na década anterior, esse aumento tinha sido de 112%.

De acordo com o INE, o imigrante residente em Portugal era maioritariamente mulher, de nacionalidade brasileira, com 34 anos de idade, solteira, católica, residente na região de Lisboa, com o ensino secundário e estava empregada como trabalhadora da limpeza.

Os dados do Censos mostram que a região de Lisboa concentrava mais de metade dos estrangeiros, que vivem sobretudo nos municípios de Sintra e de Lisboa, seguindo-se Amadora, Cascais e Loures.

Os imigrantes oriundos dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) estavam fortemente concentrados em Sintra e na Amadora.

A comunidade britânica residia sobretudo na região do Algarve, enquanto os imigrantes ucranianos, romenos e moldavos se encontravam dispersos pelo país, de acordo com os dados recolhidos nos últimos Censos.

O INE indica igualmente que a maior comunidade estrangeira a viver em Portugal era a brasileira, com 109.787 pessoas (cerca de 28% do total de imigrantes), seguindo-se a cabo-verdiana, com 38.895 (10%).

A comunidade ucraniana era a terceira mais representativa no país, com 9%, seguindo-se a angolana e a romena, com 6,8 e 6,3%, respectivamente.

Na última década, os países da América do Sul reforçaram a importância, passando de 17 para 29% do total de imigrantes, devido essencialmente ao crescimento dos imigrantes brasileiros.

O INE destaca que, nos últimos dez anos, também os imigrantes oriundos dos países asiáticos aumentaram a sua presença em Portugal, passando de 2,6 para 6%, sobretudo pelo crescimento da população chinesa.

Enquanto os imigrantes brasileiros, ucranianos, romenos e chineses foram os que registaram maior aumento, em Portugal, já a comunidade angolana decresceu 27,2%, na última década, correspondendo a uma diminuição de cerca de 10 mil pessoas.

Segundo o INE, os angolanos eram a maior comunidade de estrangeiros residentes em Portugal, em 2001. Os dados dos Censos 2011 indicam ainda que os imigrantes em Portugal eram, na maioria, à data dos inquéritos, mulheres, jovens, solteiros, possuíam o ensino secundário e trabalhavam sobretudo no comércio, na restauração, na construção e nas limpezas.

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