Quatro dezenas de desalojados e estradas encerradas na Madeira

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Chuva inundou casas e garagens Miguel Madeira/arquivo

Nos concelhos de São Vicente e Porto Moniz, no norte da ilha da Madeira, continua a chover de forma continuada, atingindo a pluviosidade valores elevados, em alguns períodos, o que faz aumentar o caudal das ribeiras que transbordam para as estradas, provocando prejuízos em habitações e áreas de produção agrícola.

Devido às enxurradas e derrocadas mais de duas dezenas de rodovias estão indisponíveis para a circulação automóvel, algumas completamente encerradas e outras com trânsito condicionado pelas operações de desobstrução e limpeza. "Há situações muito graves que afectam a rede viária entre São Vicente e Porto Moniz", confirmou Francisco Taboada, presidente da empresa pública Estradas da Madeira.

Relativamente aos feridos no temporal registado na madrugada de segunda-feira, a situação "está a evoluir clinicamente bem", revelou o secretário regional dos Asuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, esta terça-feira de manhã. O governante está a acompanhar as operações de socorro às vítimas e as operações de limpeza das estradas nos concelhos de São Vicente, Porto Moniz e Santana – os mais atingidos pelas chuvas e vento na madrugada desta terça-feira.

O acesso à freguesia do Seixal, a mais fustigada pela intempérie de segunda-feira, continua a efectuar-se com grande dificuldade, tanto no sentido de São Vicente como por Porto Moniz, tendo o Serviço de Protecção Civil desaconselhado as deslocações nesta zona, devido à continua queda de pedras que são arrastadas pelas chuvas do alto das montanhas.

Derrocadas e carros arrastados

“Houve muitas derrocadas, casas inundadas no sítio do Passo, perto das Grutas de São Vicente, vários carros arrastados, mas não houve danos pessoais porque as pessoas já estavam avisadas das chuvas”, disse à Lusa uma fonte dos Bombeiros Voluntários de São Vicente e do Porto Moniz (BVSVPM).

Já o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Jorge Romeira, informou que a “noite foi muito mazinha” porque “chove desde as 23h00 horas de segunda-feira”. O mau tempo, acrescentou o autarca, provocou derrocadas e o transbordo de ribeiros e afluentes arrastou lama e pedras que atingiram várias casas e automóveis.

Apesar disso “não há danos pessoais” a registar, adiantou Jorge Romeira, ressalvando que os problemas “são mesmo no centro do concelho: em Lombo, Passo, Terra Chã, Boaventura e Ponta Delgada, Fajã Grande, mas que a via expresso está operacional”. Segundo o autarca, 14 casas foram inundadas, 11 pessoas ficaram desalojadas e cerca de 15 carros danificados, sendo que as escolas do concelho foram encerradas.

Em Santana, as chuvas também provocaram algumas derrocadas, designadamente nos sítios do Lombo Galego e Corujeira na freguesia do Faial, de acordo com os Bombeiros Voluntários de Santana que adiantaram não haver vítimas registadas.

No concelho de Machico, já na parte sul da ilha, houve também algumas derrocadas na estrada entre Maroços e a Portela. Nos restantes concelhos e segundo as respectivas corporações de bombeiros o mau tempo não provocou danos. Desde a madrugada de domingo que a Madeira tem vindo a ser fustigada por chuvas, vento e trovoada.

Notícia actualizada às 10h49 e às 13h33. Onde se lia "duas dezenas", lê-se "quatro"
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