Instituto da Língua Portuguesa com “carências económicas muito fortes

O Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), de que são parceiros todos os países da CPLP, “sempre careceu de recursos e continua com carências económicas muito fortes”, disse hoje o presidente do organismo, Gilvan Oliveira.

“O IILP é financiado por uma base proporcional de contribuições estatutárias por parte dos países membros. Há países que contribuem mais e países que contribuem menos e há países que nunca contribuíram. Os estados-membros têm uma dívida para com o IILP que neste momento suplanta já dois anos de orçamento”, disse Gilvan Muller de Oliveira.

Em declarações à agência Lusa, o responsável acrescentou que “este ano apenas dois dos oito países membros depositaram as suas contribuições obrigatórias” para o IILP, com sede em Cabo Verde.

O presidente do IILP falava à margem da apresentação do Portal do Professor, que dará apoio aos docentes de português em todo o mundo, e dos trabalhos de execução do Vocabulário Ortográfico Comum, que deverá estar concluído em 2014, cerimónia que decorreu na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

A solução para “as dificuldades” do instituto tem sido a realização de “parcerias fortes”, obtendo assim recursos financeiros e humanos, porque “o IILP não tem equipas técnicas, não tem recursos para pagar profissionais”.

O IILP tem realizado - adiantou Gilvan Oliveira - “convénios de cooperação técnica com entidades que, embora possam também não ter recursos líquidos, têm um capital humano extraordinário no campo da lusofonia, têm a sua base institucional de trabalho voltada para aquelas vocações que os projectos necessitam”, como o ILTEC, que está a trabalhar no Vocabulário Ortográfico Comum (aos países lusófonos).

“No ano passado conseguimos captar pela primeira vez recursos num edital internacional de projectos do Fundo ACP [África, Caraíbas e Pacífico], no programa de iniciativas culturais dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa]. O IILP ganhou a concorrência com outras entidades, sobretudo africanas”, acrescentou.

“Inaugurámos hoje o escritório do IILP junto da CPLP e temos a proposta de um escritório no Brasil e outro em Timor-Leste, para que possamos ter uma interactividade maior, captar recursos, fazendo do IILP uma instituição verdadeiramente internacional”, adiantou.

Gilvan Oliveira, de nacionalidade brasileira, lembrou que “a língua portuguesa é um dos três pilares da CPLP, junto com a concertação política e a cooperação económica”.

A história do IILP começou em 1989, quando os países de expressão portuguesa se reuniram, em São Luís do Maranhão, Brasil, para pensar as bases de uma comunidade lusófona. Na ocasião, a ideia de se criar um instituto partiu do então Presidente do Brasil, José Sarney, e de outros dignitários presentes.

Contudo, o IILP só se tornou realidade dez anos depois, em 1999, na VI Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP.

A CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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