Bastonário dos Enfermeiros defende fim de taxas moderadoras nos cuidados de enfermagem

Foto
Germano Couto lembra que muitos portugueses deixaram de comprar medicamentos por não terem dinheiro Foto: Nuno Ferreira Santos

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, defendeu nesta quinta-feira a revogação das taxas moderadoras nos cuidados de enfermagem, lembrando que actualmente quatro em cada dez portugueses não conseguem pagar todos os seus tratamentos.

A Ordem defende o fim das taxas nos cuidados de enfermagem, nomeadamente em cuidados de saúde primários, por considerar que esta é “a porta de entrada no sistema de saúde”.

Em comunicado enviado à Lusa, o bastonário sublinha que a população consegue obter “respostas mais sustentáveis e menos onerosas”, através dos serviços de enfermagem.

Num inquérito realizado pelas empresas de estudo de mercado Cegedim e Ntsonda, citado pela Ordem dos Enfermeiros, quatro em cada dez portugueses confessam que o orçamento familiar não é suficiente para pagar todas as despesas de saúde necessárias.

“É de facto uma situação preocupante dado existir um elevado número de cidadãos que, nos últimos tempos, [deixou] de comprar medicamentos prescritos por motivos financeiros”, alerta o bastonário.

A Ordem solicita, por isso, ao Governo, que o acesso aos cuidados de saúde “não seja limitado à capacidade financeira de cada um, pois, a acontecer, iria defraudar o espírito com que foi criado o Serviço Nacional de Saúde”.

“É compreensível que os cidadãos tenham dificuldade no acesso, pois as taxas moderadoras, por exemplo, passaram a ser instrumento financiador e não apenas ‘moderador’, e a comparticipação do contribuinte nas suas despesas em saúde aumentou drasticamente”, observa Germano Souto.

Sugerir correcção
Comentar