Direcções regionais vão ter competências reforçadas e passam a gerir museus

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Elísio Summavielle falou aos jornalistas no Museu Nacional de Etnologia Enric Vives-Rubio

O director-geral do Património Cultural, Elísio Summavielle, revelou hoje que as Direcções Regionais de Cultura vão ter as suas competências reforçadas e assumir a gestão de museus da rede nacional, dispersos pelo país.

O responsável falava aos jornalistas no Museu Nacional de Etnologia, no final da sessão de abertura de um encontro para assinalar o Dia Internacional de Monumentos e Sítios, que hoje se comemora, com mais de 500 iniciativas em todo o país.

Elísio Summaviele indicou que a nova orgânica da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) - resultado da fusão do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) com o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) e a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRLVT) - vai ser aprovada em conselho de ministros na quinta-feira.

O director-geral do Património Cultural disse aos jornalistas que, na segunda-feira, teve um encontro com todos os dirigentes envolvidos para lhes dar conta dos decretos-lei que vão a conselho de ministros.

Elísio Summaviele avançou que, no quadro desta nova orgânica, as Direcções Regionais de Cultura - do Norte, Centro, Alentejo e Algarve - vão ter as suas competências reforçadas, nomeadamente na área do património arquitectónico e dos museus.

“Alguns museus da rede nacional vão passar a ser geridos pelas respectivas Direcções Regionais de Cultura”, indicou, dando como exemplo museus em Lamego, nas Caldas, Castelo Branco, Évora, Nazaré, Miranda e Bragança.

As Direcções Regionais de Cultura são um serviço da administração directa do Estado, dependente da Secretaria de Estado da Cultura, que actua na respectiva circunscrição territorial e em articulação com os organismos centrais da área da cultura.

Têm por missão a criação de condições de acesso aos bens culturais, o acompanhamento das actividades e a fiscalização das estruturas de produção artística financiadas, o acompanhamento das acções relativas à salvaguarda, valorização e divulgação do património arquitectónico e arqueológico, e ainda o apoio a museus.

“Nos últimos quatro anos, as Direcções Regionais de Cultura enriqueceram os seus quadros e desenvolveram uma relação importante com o poder local”, disse Summavielle, defendendo que a administração central deve dar-lhe maior autonomia.

Uma das competências que lhes serão atribuídas é a da decisão de processos anteriormente avaliados pelo IGESPAR nas zonas de protecção especial do património: “Todos os meses recebemos 700 processos com pedidos que passarão a ser analisados pelas Direcções Regionais de Cultura, a DGPC só intervirá nos casos de património classificado”, disse Summavielle.

O director-geral do Património Cultural indicou ainda que o novo organismo “vai ter um orçamento único, mas haverá uma gestão muito mais próxima das realidades locais” e que, em relação aos museus, “o objectivo é colocá-los a trabalhar em rede”.

Os museus em causa não vão sair da rede nacional de museus, que reúne 28 destes espaços, mas vão passar a ser geridos pelas Direcções Regionais de Cultura, “com uma maior possibilidade de desenvolverem as suas actividades”, salientou.

A nova orgânica para o sector dos museus e do património foi anunciada no âmbito do PREMAC - Plano de Redução e Melhoria da Administração Central e visa a redução de cargos dirigentes e a agilização dos serviços públicos.

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