Quercus questiona o que é mais importante: barragem do Tua ou clasificação do Douro

A Quercus pediu nesta quarta-feira ao Governo que pondere o que é mais importante para o país, o Douro como património mundial ou a barragem do Tua, face à possibilidade da UNESCO retirar a classificação devido ao impacto da barragem.

A construção da barragem de Foz Tua pode levar à perda da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da UNESCO, de acordo com um relatório hoje citado e divulgado pelo PÚBLICO, que adianta que esse documento continuava em segredo nos gabinetes do Governo, não se conhecendo qualquer reacção ou resposta do Executivo.

“Esperamos que o Governo procure pesar o que é mais importante para o desenvolvimento do país: se uma barragem ou se a classificação de património mundial da Região do Douro, até em termos de impacto turísticos”, disse à Lusa Susana Fonseca, membro da associação ambientalista Quercus.

A Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património, realizou em Abril uma visita ao local e elaborou, a pedido do Governo português, um relatório sobre as consequências da construção da barragem.

Nesse relatório, concluído no final de Junho e remetido ao governo português em Agosto, a Icomos aponta os impactos negativos e graves da construção do empreendimento e sublinha que o Estado português não adoptou todos os procedimentos a que está obrigado no processo de análise e aprovação do projecto da barragem.

De acordo com o relatório elaborado pela Icomos, a construção da barragem terá “um impacto irreversível e ameaça o valor excepcional universal [que é o fundamento da classificação da UNESCO]”.

Para Susana Fonseca, da Quercus, “não há de facto uma mais-valia de desenvolvimento económico de uma região associado à construção de barragens”, acrescentou.

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