Costinha sente-se "defraudado" e não sabe se continua no Sporting

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Costinha diz que o Sporting está a passar um momento difícil, mas ainda é um grande clube Miguel Manso (arquivo)

O director de futebol do Sporting considera difícil o actual momento do clube e confessa-se "defraudado", a ponto de não saber se está disponível para continuar no cargo que ocupa.

“A saída do Liedson é importante numa altura que não está a correr bem para o Sporting. Longe disso”, afirmou. Mas lembrou: “O Sporting não é o Belenenses nem o Braga, tem uma grande riqueza. Basta ver os contratos e as oportunidades de negócio que temos que não se realizariam se assim não fosse”, contou na entrevista de segunda-feira à noite à Sport TV..

Numa entrevista que promete polémica, o ex-futebolista defendeu-se dos ataques que surgem nesta altura. “Não há sportinguistas de primeira, nem de segunda. Este é um clube nacional. Quando era pequeno e não ganhava títulos, o estádio estava cheio. Os adeptos têm um amor enorme ao clube. Agora há um período conturbado e há três rostos da crise. Um já saiu que foi o presidente, os outros apanham pancada, que sou eu e o Paulo Sérgio”. “Tudo o que aconteceu de mal parece que só há dois rostos [para culpar]”.

A isto, o director para o futebol leonino responde com tranquilidade. “Eu vou para casa e durmo com a consciência tranquila. Se não fosse assim não tinha sido capitão nas equipas por onde passei, inclusive na selecção”, informou.

“Não aceito que o grupo de trabalho e a instituição sejam postos em causa. Há uma estrutura inteira que tem de ser responsabilizada. Em casa quando falo para o ar – o único elemento que me pode compreender – sei que quando me atacam estão a atacar o clube. Vêem-me sempre com a camisola do FC Porto, mas de todas as camisolas que vesti há uma que nasceu comigo e há-de ir comigo para a cova – é a do Sporting”.

Costinha queixou-se ainda de ser um alvo constante de críticas, considerando muitas delas injustas. “Uma mentira contada muitas vezes passa a verdade – tudo o que se passa é o Costinha porque escolheu mal os jogadores ou o Paulo Sérgio porque não percebe nada disto”, lembrou.

“O Sporting não é conhecido por ter uma estrutura de apoio, na hora do aperto, sacodem os ombros. Toda a gente me dizia isso quando decidi ir para o Sporting”, contou, adiantando que os “adeptos estão fartos, porque tudo é mal explicado”. “Tem que haver um discurso uniforme”.

“Demissão? Até pergunto se eu estou disponível”

Sobre o clube diz que se sente “defraudado”. “A palavra certa é uma pessoa sentir-se defraudada. Quando ouvimos falar do Sporting ouvimos falar de um grande clube. Custa-me ver certas situações dentro do clube e o que tento demonstrar é que o Sporting tem de ser respeitado. É um grande clube”.

Foi perguntado a Costinha se pensou em demitir-se. O dirigente formulou outra questão. “Demissão? Até ponho a pergunta ao contrário: é se o Costinha está disponível a continuar a viver esta ilusão.”

“Depende do que for o futuro do Sporting”, respondeu depois. “Vim para um grande clube, finalmente, e não imagino o Sporting a lutar pelo terceiro e quarto lugares. É difícil ver os adeptos que foram a Bulgária – a equipa portou-se mal e nem foi agradecer aos adeptos”, referiu.

E sobre a chegada de Couceiro, disse sentir que os seus poderes ficaram reduzidos. “Surpreendido? Não foi esvaziar de poderes, embora para ser honesto obviamente que os meus poderes passaram a ser muito mais reduzidos”, disse.

“Não amuo a um cantinho e deixo de trabalhar. Ele veio para ajudar. É mais um, uma pessoa que tem as suas qualidades, é mais um a ajudar um colectivo”, afirmou, deixando o recado.

“Mas um sozinho, só no ténis. No futebol só colectivamente. Ele encontrou as mesmas dificuldades que eu de certeza”, concluiu.

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