Associação defende que escola deve ensinar a prevenir acidentes laborais

O vice-presidente da Associação Portuguesa para a Segurança e Saúde no Trabalho (APSET), Alberto Silveira, defendeu hoje a inclusão das temáticas da prevenção do risco nos currículos escolares, desde o primeiro ciclo até à universidade.

“É preciso começar a olhar para esta área com olhos de ver. Portugal não tem falta de uma cultura de prevenção. Não tem é uma cultura de ensino da prevenção, tanto na área do risco profissional, como na segurança rodoviária ou na saúde”, criticou Alberto Silveira, antes do início do 9º Congresso Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho.

O evento, que começou hoje no Porto, no Centro de Congressos da Alfândega, e se prolonga durante o dia de amanhã, tem por tema os “Desafios do Ensino e formação em Segurança e Saúde no Trabalho”. Para o organizador do congresso, Portugal tem um longo caminho a percorrer nesta matéria, sendo essencial que a cultura da prevenção do risco faça parte da formação dos portugueses.

“É preciso melhorar a qualidade da formação, ter uma boa regulação, avaliando os cursos, e temos de ter uma estratégia objectiva na inclusão destas temáticas nos currículos escolares”, defendeu Alberto Silveira. Apesar do trabalho feito ao longo dos últimos anos, o responsável refere que, “neste domínio, o nosso país é um exemplo gritante de desorientação”, já que “a nossa acção continua a orientar-se para a formação sem estratégia, sem regulação, sem avaliação e, mais grave, sem punição”.

A origem da maioria dos problemas relacionados com a prevenção do risco profissional está, na sua perspectiva, na “ausência da temática da prevenção dos currículos escolares”, que conduz “a uma enormíssima falta de qualidade nas atitudes de prevenção, nomeadamente ao nível da liderança e gestão”.

A responsabilidade para tomar medidas também é do Estado, defende Alberto Silveira. “O Estado terá de impulsionar e os parceiros sociais terão de colaborar a 120 por cento para resolver o problema da prevenção do risco laboral. Porque este será, depois, um problema de saúde pública”, frisou.

Alberto Silveira sublinha que só integrando a prevenção no universo da educação “acabaremos com o grande atraso do nosso país nesta área”. Na sua intervenção neste congresso organizado pela APSET, pela Ordem dos Engenheiros (Região Norte) e pela Autoridade para as Condições de Trabalho, o Inspector-Geral do Trabalho, Paulo Morgado Carvalho, também frisou que “a grande aposta é consolidar a cultura de prevenção, integrando as matérias da segurança nos currículos escolares”.

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