Mosley diz que um acordo com as equipas está próximo

Em declarações à Associated Press, Mosley admitiu que pode congelar a planeada acção legal para evitar a realização do campeonato paralelo, adiantando: "Não vai haver qualquer acção. Penso que vamos conversar, em vez de litigar".

A FIA anunciou sexta-feira que iniciaria acções legais imediatas, em reacção à ameaça da Associação de Equipas de Fórmula 1 (FOTA) de criar um novo campeonato, após falharem as negociações para resolver o diferendo sobre o limite orçamental voluntário para a próxima época, de cerca de 47,5 milhões de euros.

Mas hoje, Mosley revelou que entretanto foram feitos alguns progressos: "Estamos muito, muito próximos quanto aos factos. É só uma questão de as equipas quererem sentar-se e ultrapassar as últimas pequenas dificuldades".

O presidente da FIA concorda com o chefe da equipa McLaren-Mercedes, Martin Whitmarsh, o qual no sábado disse que, para o Mundial de Fórmula 1 continuar a ser disputado sob a égide da FIA, as equipas e o organismo teriam de chegar a um acordo até ao final de Julho.

"Se isto continuar por muito tempo prejudica as equipas. Não afecta a FIA, prejudica as equipas porque afecta os seus patrocinadores", frisou o presidente da FIA em Silverstone, onde hoje se disputa o Grande Prémio da Grã-Bretanha, oitava prova do Mundial.

Bernie Ecclestone, o detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, ficou satisfeito com a notícia de que o acordo pode estar próximo: "Se Max diz que está próximo, então isso é bom", afirmou.

A eventual criação do campeonato paralelo pelas oito equipas rebeldes - McLaren, Ferrari, Renault, BMW Sauber, Toyota, BrawnGP, Red Bull e Toro Rosso - pode fazer com que o circuito de Domington Park anule o contrato para acolher o Grande Prémio da Grã-Bretanha a partir do próximo ano, em vez de Silverstone.

Por seu lado, o chefe executivo do circuito de Domington Park, Simon Gillett, admitiu que a hipótese de o Mundial não contar com equipas como a Ferrari e a McLaren fazia reconsiderar a realização dos investimentos necessários para adaptar a pista a tempo de ser utilizada pela Fórmula 1 a partir de 2010.

Gillett indicou que o contrato firmado com Ecclestone já prevê esta possibilidade: "Há elementos que determinam que temos de ter certas coisas e se não tivermos eu posso ter uma conversa com Bernie", disse à rádio britânica BBC.

Para ser utilizado pela Fórmula 1 nos próximos 17 anos, Domington Park tem de sofrer obras de remodelação no valor de 80 milhões de libras (quase 95 milhões de euros) e o actual impasse entre a FIA e as equipas pode dificultar as negociações entre o circuito e potenciais investidores.