ModaLisboa/Estoril abriu ontem com desfile de Tenente inspirado na obra de Paula Rego

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Desfile do estilista José António Tenente, ontem na Cidadela de Cascais José Manuel Ribeiro/Reuters

A obra da pintora Paula Rego serviu de inspiração a José António Tenente ao criar a colecção para o próximo Outono/Inverno, a primeira a ser apresentada na 32ª ModaLisboa/Estoril, que arrancou ontem na Cidadela de Cascais.

"Esta colecção tem como ponto de partida a obra da Paula Rego e esse universo tão rico, tão inspirador e tão cheio de imaginação que também nos permite a nós explorá-lo e trabalhá-lo", disse à agência Lusa José António Tenente, no final do desfile.

No próximo Outono/Inverno, as mulheres vão aparecer nas ruas, segundo as suas propostas, "mais exuberantes", com brocados e adamascados em tons púrpuras, roxos, violetas e petróleo.

Já eles estarão vestidos de um modo "um pouco mais contido, entre a formalidade e a contenção militar", com o preto a predominar nos figurinos.

A crise económica de que tanto se fala não teve qualquer peso no processo criativo da colecção apresentada hoje pelo designer de moda.

"Esta colecção foi completamente feita sem pensar na crise. De facto, a nível da criação nem me lembrei disso", sustentou.

Ontem passaram também pela passerelle da Cidadela as criações de Alexandra Moura e Miguel Vieira e o CascaisModa, que reúne as sugestões de Verão de mais de uma dezena de lojas do centro de Cascais.

As honras de abertura do segundo dia de ModaLisboa

Estoril cabem a Lidija Kolovrat, a quem se seguirá Aleksandar Protich, Dino Alves e Ana Salazar.

Sábado, a maratona começa às 15:00 com o desfile da marca de Sara Lamúrias. Lara Torres, o colectivo White Tent, Ricardo Preto, Ricardo Dourado e Nuno Baltazar são os designers que se seguem. O dia termina com a apresentação da colecção de Luís Buchinho.

Para o quarto e último dia ficam guardados os desfiles de Katty Xiomara, Pedro Mourão, Pedro Pedro, Nuno Gama, Filipe Faísca e Custo Barcelona.

Segundo a directora da Associação ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, o símbolo desta edição - uma árvore - remete para uma árvore genealógica, já que em tempos de "insegurança", as pessoas tendem a virar-se mais para a família e para as estruturas de base, de que o evento é exemplo no contexto da moda nacional.

Em altura de contenção económica, a responsável admite nestes quatro dias uma dimensão "assumidamente mais minimalista", com todos os meios e recursos dirigidos para o fundamental: os desfiles.

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