Dieta rica em ómega-3, fruta, vegetais e peixe pode reduzir risco de demências

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Consumir peixe regularmente reduz em 35 por cento a probabilidade de desenvolver demências Adriano Miranda/PÚBLICO (Arquivo)

Uma dieta que contenha ómega-3, fruta, vegetais e peixe pode prevenir o risco de Alzheimer e de outras demências em 60 por cento, de acordo com um estudo de investigadores franceses do Institut National de la Santé et de la Recherce Médicale, publicado esta semana na revista da American Academy of Neurology, “Neurology”.

Os responsáveis pela investigação estudaram, ao longo de quatro anos, os hábitos alimentares de mais de oito mil pessoas, todas com mais de 65 anos e residentes nas cidades francesas de Montpellier, Dijon e Bordéus.

Todos os participantes foram submetidos a testes para excluir possíveis sinais de demência já existentes e completaram um questionário sobre os seus hábitos alimentares, exames que foram repetidos a cada dois anos.

No início do estudo nenhuma das pessoas tinha Alzheimer ou outra demência. Passados quatro anos, 183 dos participantes tinham desenvolvido Alzheimer, enquanto outros 98 desenvolveram outros tipos de demência.

Olhando para os hábitos alimentares dos pacientes, os investigadores foram capazes de estabelecer uma relação entre o tipo de alimentos ingeridos habitualmente e este tipo de doenças.

A equipa descobriu que as pessoas que tinham uma dieta rica em óleos que continham ómega-3, como o óleo de canola, linhaça ou de nozes, tinham menos 60 por cento de probabilidades de desenvolver uma demência, e os que comiam regularmente fruta e vegetais menos 30 por cento.

Consumir frequentemente peixe - pelo menos uma vez por semana - é outro ponto positivo para evitar este tipo de doenças, em 35 por cento, concluíram também os investigadores, apesar de terem afirmado que isto só se aplica a pessoas que não tenham predisposição genética.

"Tendo em consideração que a maioria das pessoas não têm o gene ApoE4 (que aumenta o risco de Alzheimer), estes resultados são muito importantes para a saúde pública", disse um dos autores do estudo, Pascale Barberger-Gateau.

"No entanto, é necessário aprofundar a pesquisa para que se identifique a quantidade e a combinação ideal de nutrientes antes de implementar recomendações nutricionais", acrescentou o investigador.

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