Direcção do CDS-PP repudia "afirmação racista" do seu deputado Hélder Amaral

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Hélder Amaral Sérgio Azenha/PÚBLICO (arquivo)

A direcção do CDS-PP repudiou hoje "clara e frontalmente" as declarações do deputado Hélder Amaral, considerando que o líder da distrital de Viseu introduziu "uma tónica racista" na sua intervenção.

"Nós repudiamos clara e frontalmente a afirmação racista do deputado Hélder Amaral", disse à Lusa José Girão Pereira, membro da comissão executiva do CDS-PP.
Em conferência de imprensa, Hélder Amaral negou as acusações de que teria agredido Maria José Nogueira Pinto, ameaçando levar o caso para os tribunais.

"Para se fazer de vítima, a doutora Maria José Nogueira Pinto invocou a sua condição de mulher que um homem a teria agredido. Se isso fosse verdade, era a pior das cobardias. Mas é demagogia da mais barata: tal como seria eu vir aqui dizer que ela me está a atacar por não ser branco como ela. Não irei por aí", acrescentou o deputado democrata-cristão, apoiante de Paulo Portas.

Girão Pereira: afirmações "indignas de um deputado"


Para o dirigente José Girão Pereira, estas afirmações são "indignas de um deputado" da Assembleia da República.



"Manifesto a minha indignação pelo facto de um deputado ter introduzido uma tónica racista na sua intervenção", afirmou o ex-autarca de Aveiro, salientando que o CDS-PP "sempre defendeu políticas anti-racistas e anti-xenófobas".



Girão Pereira lamentou ainda que Hélder Amaral se tenha referido desta forma a Maria José Nogueira Pinto, "a única mulher líder parlamentar que o CDS teve", destacando a sua obra em várias instituições de solidariedade social.



Ontem, Maria José Nogueira Pinto acusou Hélder Amaral de ter a agredido nas costas, no final do Conselho Nacional do CDS-PP realizado no domingo, em Óbidos.



No entanto, o deputado e líder da distrital de Viseu dos democratas-cristãos afirmou que a acusação é completamente falsa e desafiou a presidente do Conselho Nacional do CDS-PP a apresentar provas. Caso contrário, acrescentou o deputado democrata-cristão, o caso poderá chegar aos tribunais.


Conselho Nacional terminou num clima de caos


O Conselho Nacional do CDS-PP terminou num clima de caos, quando Maria José Nogueira Pinto anunciou a convocação de um congresso, com base num requerimento promovido pela distrital de Leiria que recolheu mais do que as mil assinaturas necessárias para a realização de uma reunião magna, segundo os estatutos daquele partido político.


Os apoiantes de Paulo Portas rejeitam, contudo, esta decisão da presidente do Conselho Nacional, reclamando a vitória da sua proposta de eleições directas imediatas, que obteve 65 por cento dos votos dos conselheiros nacionais.

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