Benfica: Nuno Assis acusa substância dopante

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Nuno Assis João Relvas/Lusa (arquivo)

O futebolista do Benfica Nuno Assis acusou uma substância dopante num controlo efectuado a 3 de Dezembro, após o jogo com o Marítimo, e encontra-se suspenso preventivamente até à conclusão do processo, revelou hoje o clube da Luz.

Os resultados da contra-análise, que confirmaram índices elevados de 19-norandrosterona, um derivado da nandrolona (esteróide anabolizante), foram conhecidos ontem, originando a suspensão imediata do jogador até a Comissão Disciplinar da Liga concluir o processo disciplinar que será aplicado ao jogador.

Se vier a confirmar-se a irregularidade, o jogador "encarnado" arrisca uma pena entre seis meses a dois anos, embora possa ser reduzida caso existam atenuantes.

O jogo em causa disputou-se a 3 de Dezembro e era referente à 13ª jornada da Liga portuguesa. Nuno Assis foi titular na vitória do Benfica (1-0) e foi substituído aos 89 minutos por Hélio Roque.

Em conferência de imprensa, o futebolista do Benfica afirmou-se hoje de "consciência tranquila" e reclamou inocência neste caso.

Visivelmente transtornado, Nuno Assis, que tem estado afastado das recentes convocatórias do treinador holandês Ronald Koeman, confessou que recebeu a notícia "como uma bomba", mas garantiu que nada fez de irregular.

"Pensamos sempre que estas coisas só sucedem aos outros. Quando me foi comunicado senti que tinha caído uma bomba. Estou de consciência tranquila, pois não tomei nada, nem nunca o faria", assegurou o médio do Benfica, um dos pilares do título conquistado na última época.

Para o médico do Benfica João Paulo Almeida, convencido da inocência do jogador, cabe agora ao clube da Luz mostrar às autoridades competentes que a substância em causa, que pode ser produzida naturalmente pelo organismo, não tem origem exógena.

"Só esta época, os jogadores do Benfica submeteram-se a mais de 50 controlos. Vamos conseguir demonstrar bastante bem a inocência de Nuno Assis e encontrar uma explicação para o sucedido", sublinhou o médico dos "encarnados", salientando que os valores da contra-análise foram "ligeiramente inferiores", embora ainda um pouco acima dos limites.

João Paulo Almeida não tem dúvidas que este será "um caso limpo", pois o Benfica conseguirá provar que Nuno Assis "nada tomou" e explicar o que se passou, sustentado pelas "evidências científicas", que serão capazes de contrariar os resultados destes controlos.

"Os jogadores às vezes são 'queimados' por insuficiências científicas, mas não temo que Nuno Assis corra esse risco", considerou o médico, que sustentará a defesa do jogador com o apoio de Jorge Barbosa, que o clube considera "um dos melhores especialistas nestas matérias".

O médico dos "encarnados" insistiu que o jogador "é simplesmente suspeito, não culpado", garantindo que o Benfica "reagirá fortemente a todas as especulações que possam agora surgir".

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