Todas as crianças até aos dez anos com trissomia 21 estão no ensino regular

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As crianças com esta doença deve ser integradas Daniel Rocha/PÚBLICO

Todas as crianças portadoras de trissomia 21 até aos dez anos encontram-se em escolas do ensino regular, o que é "um motivo de grande orgulho para a sociedade portuguesa", segundo o presidente da associação de portadores desta deficiência.

O médico Miguel Palha está "orgulhoso" da "gigantesca evolução dos portugueses" em relação a esta doença, cuja associação cumpre o 15º aniversário no próximo sábado.

A Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21) presta apoio directo a 650 crianças e ajuda indirectamente outras 2600.

Apesar das dificuldades nesta área, Miguel Palha considera que Portugal registou uma evolução gigantesca, ressalvando o facto de todas as crianças com Trissomia 21 até aos dez anos estarem integradas no ensino regular.

Entre os 10 e os 20 anos os resultados não são tão bons, apesar de existirem muitas crianças e jovens a frequentar o segundo ciclo, além da formação profissional. O objectivo é que todas as crianças nesta faixa etária estudem no ensino regular, embora Miguel Palha acredite que tal só deverá acontecer nas próximas décadas.

Para o presidente da APPT21, a sociedade portuguesa evoluiu "brutalmente e de forma notável" em relação à trissomia 21 nos últimos 15 anos. "A grande maioria dos portugueses respeita as diferenças. Isso não quer dizer que não existam problemas de exclusão, mas o trabalho está hoje mais facilitado", afirmou.

Miguel Palha considera que as próximas batalhas passam por um maior apoio financeiro aos pais. "Temos um sistema subvertido, em que as instituições do Estado é que são subsidiadas, quando os pais é que deveriam receber apoio para escolher a instituição ou profissional mais capaz de ajudar estas crianças", explicou.

O 15º aniversário da APPT21 será assinalado com a terceira Reunião Nacional de Famílias que, além de comemorar o aniversário da fundação da instituição, pretende "divulgar as mais recentes metodologias de avaliação e intervenção em Trissomia 21" e proporcionar "uma troca de experiências" entre profissionais e pais.

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