Canonização dos pastorinhos seguirá o seu curso mesmo com morte de João Paulo II

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O Papa João Paulo II visitou em três ocasiões o santuário de Fátima, onde esteve com a irmã Lúcia Inácio Rosa/Lusa

O processo de canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto vai "seguir o seu caminho" mesmo com a morte do Papa João Paulo II, garantiu hoje o padre Luís Kondor, vice-postulador da Causa.

"Gostava muito de o ter aqui mas, se não for possível, fica o caminho feito para o seu sucessor", afirmou à Lusa Luís Kondor, recordando que "João Paulo II recebeu o processo do seu antecessor".

Este responsável revelou que já rezou, em conjunto com diversas figuras do Movimento Mensagem de Fátima, uma novena que terminou no passado dia 13 de Março.

No dia 3 de Março, Luís Kondor tentou visitar o Santo Padre na clínica onde estava internado mas o facto da ocasião coincidir com tratamentos médicos impediu que pudesse falar com o Sumo Pontífice.

"Então disseram-me que só um milagre o iria salvar. E estamos, desde então, à espera desse milagre", disse Luís Kondor, que elogia o percurso do Santo Padre e a sua relação com o santuário mariano de Fátima. "O século XX foi um século muito extraordinário e colocou o Papa no coração de Fátima", afirmou.

A devoção de João Paulo II ao Santuário de Fátima começou com o atentado que sofreu na Praça de São Pedro, em Roma, no dia 13 de Maio de 1981.

Então, na cama do hospital, o Papa leu pela primeira vez a terceira parte do segredo de Fátima, que indicava um "bispo caído morto" pelas setas e balas de soldados, uma imagem que relacionou com esse incidente.

"Ele disse: 'Sou eu'", notou Luís Kondor, considerando que o seu comportamento mudou totalmente a partir desse atentado, que considerou o momento do seu "renascimento".

Uma semana antes do atentado, Luís Kondor soube que o Papa foi confrontado com o fenómeno de Fátima mas não lhe deu muita importância, salientando que para a sua valorização bastava "o empenho dos peregrinos".

Depois, visitou o santuário por três ocasiões e obedeceu às recomendações da irmã Lúcia para consagrar o mundo ao coração de Nossa Senhora, tendo beatificado os seus primos no ano 2000.

Esta relação próxima é também confirmada com o facto das últimas palavras da irmã Lúcia, que faleceu a 13 de Fevereiro último, dizerem respeito ao Papa.

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