Durão Barroso: Cimeira das Lajes foi uma "decisão acertada"

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A Cimeira das Lajes, que decorreu a 16 de Abril de 2003, reuniu nos Açores George W. Bush, José María Aznar e Tony Blair Manuel de Almeida/Lusa

O primeiro-ministro, Durão Barroso, afirmou hoje que a realização da Cimeira das Lajes, nos Açores, onde se decidiu o início da guerra no Iraque, foi uma "decisão acertada", sublinhando que Portugal não consegue combater o terrorismo sem ajuda externa.

"Foi uma decisão acertada. Portugal deve pensar na luta global contra o terrorismo. Nós para lutarmos contra o terrorismo precisamos de ter aliados", afirmou hoje Durão Barroso, que falava aos jornalistas à margem da apresentação do Portal do Cidadão.

Reconhecendo que os recentes atentados em Madrid, que fizeram 201 mortos e mais de 1500 feridos, foram uma "tragédia", Durão Barroso sustentou que esses ataques podem ser "uma tragédia pequena comparada com outras que venham a acontecer a nível global", caso não exista uma mobilização global de todos os países.

"Portugal sozinho não consegue combater o terrorismo. Nem Portugal, nem nenhum país", frisou o primeiro-ministro.

"As medidas que tomámos, nós e outros países, para uma coligação global contra o terrorismo, são medidas importantes, são medidas cujo efeito será muito claro a médio e longo prazo", sublinhou.

Durão Barroso reconheceu ainda que, hoje em dia, as ameaças à segurança global são "imensas" e relembrou que alguns regimes deixaram "escapar segredos de utilização de armas químicas e armas atómicas".

Desta forma, acrescentou o primeiro-ministro, Portugal "não pode ter a ilusão que é saindo dessa coligação global contra o terrorismo e afirmando uma pretensa neutralidade entre democracia e terrorismo que consegue salvaguardar a sua segurança".

"Não há neutralidade possível entre democracia e terrorismo", afirmou o primeiro-ministro, considerando que Portugal tem de estar "claramente do lado da democracia, da liberdade e dos valores contra toda a ameaça terrorista".

A Cimeira das Lajes, que decorreu a 16 de Abril de 2003, reuniu nos Açores o Presidente norte-americano, George W. Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o chefe do Governo espanhol, José Maria Aznar, os três líderes que decidiram o início da intervenção militar no Iraque, que viria a concretizar-se quatro dias depois.

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