Santa Casa já não vai cobrar terreno para o Senhor de Matosinhos, mas é a última vez

Instituição adiou a decisão de cobrar à autarquia local metade das receitas angariadas num seu terreno onde são montados os carrosséis e que rondam os 60 mil euros.

Foto
Rita Franca

Este é o último ano que a Santa Casa da Misericórdia de Matosinhos cede a custo zero o terreno do qual é proprietária onde nos últimos anos são montados os carrosséis de maior dimensão da festa do Senhor de Matosinhos. A instituição adia a decisão de cobrar à autarquia local metade das receitas angariadas naquele sector da romaria, que rondam os 60 mil euros. Da reunião realizada nesta quarta-feira na sede da ANCIMA, que contou com a presença da direcção desta associação responsável pela animação do município, composta pela Câmara Municipal de Matosinhos (CMM), Santa Casa e União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, resultou um acordo que garante a cedência do espaço sem contrapartidas financeiras, mas só por mais este ano.

De acordo com a CMM, será estabelecido um protocolo entre os três membros da associação para que a partir de 2018 sejam regulamentados os moldes das futuras cedências do terreno com cerca de dois hectares, situado na Rua da Misericórdia.

Na terça-feira, o presidente da autarquia, Eduardo Pinheiro, deu a conhecer em reunião do executivo a vontade de a Santa Casa querer cobrar uma contrapartida financeira para a cedência do espaço. Algo que apelidou de “chantagem” e por isso terá afirmado categoricamente que a CMM se recusaria a pagar qualquer quantia. A intenção da Santa Casa terá sido conhecida pela autarquia há uma semana. O autarca afirmou que o aviso de última hora poderia “inviabilizar” a romaria.

O provedor da Santa Casa de Matosinhos, Luís Branco, antigo deputado municipal eleito pelo PSD, que renunciou o cargo no final do ano passado quando assumiu a função que actualmente desempenha e que diz ser crítico relativamente ao actual executivo que lidera o município, disse ao PÚBLICO que este acordo não representa um recuo nas suas intenções, mas sim uma demonstração de “bom senso”, tendo em conta a proximidade da festa. De qualquer forma, garante que este é o último ano que isso acontece. No anos seguintes, o terreno, para o qual diz existir um projecto para a construção de um lar de idosos, só será cedido em troca de uma contrapartida financeira e “enquanto não tem outra função”.

 

 

Sugerir correcção
Comentar