IMI em Gaia baixa um por cento em 2017

Vereador do PSD Firmino Pereira considerou ridícula a descida aprovada. Mas ficou sozinho a defender baixa de dez por cento.

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O IMI vai ser de 0,445 para prédios urbanos em Gaia, em 2017 fvl Fernando Veludo/NFACTOS

A proposta de redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em Gaia, que baixa um por cento, de 0,45 para 0,445, em 2017, mereceu uma acesa discussão na reunião de Câmara desta segunda-feira. O vereador do PSD Firmino Pereira considerou ridícula a iniciativa da maioria socialista liderada por Eduardo Vítor Rodrigues, e pedia uma descida de dez por cento no IMI, mas Eduardo Vítor argumentou que esta será a terceira redução daquele encargo com a habitação própria, neste mandato, contra os 16 anos de gestão PSD em que a taxa se manteve no máximo.

Firmino Pereira apareceu sozinho a criticar a proposta da maioria e a votar favoravelmente uma alternativa mais favorável ao bolso dos contribuintes. O outro vereador do PSD, Elísio Pinto, considerou, “com seriedade e sem bajulação”, que só poderia votar a favor Da proposta do PS. “Temos de mudar a forma de fazer oposição”, acrescentou, deixando isolado o antigo vice-presidente de Menezes. O diferendo haveria de voltar a repetir-se na proposta de derrama sobre o IRC, em que Firmino Pereira voltou a defender, sozinho, uma isenção para empresas com lucro tributável até 150 mil euros.

Lembrando o estado de “pré-falência” em que recebeu a Câmara de Gaia, há três anos, Eduardo Vítor Rodrigues considerou demagógicas as propostas e os argumentos do social-democrata. Este absteve-se na proposta de atribuição de um apoio de 300 mil euros ao comércio, para dinamização de actividades e para a iluminação no período de Natal, considerando que, se há dinheiro para isto, a prioridade deveria ser dada a uma redução nos impostos. O vereador do PSD lembrou que Gaia está a perder competividade em relação ao Porto (que voltará, em 2017, a reduzir o IMI, para 0,324), e acabou por ouvir o autarca socialista elogiar a gestão do social-democrata Rui Rio, que, assinalou, “permitiu a Rui Moreira não só baixar aquele imposto como investir 2,5 milhões de euros na animação no Natal”.

Neste pingue-pongue de críticas, Firmino Pereira questionou a coerência de Eduardo Vítor Rodrigues, que critica a gestão do PSD na autarquia, mas aceitou uma proposta sua e acabou por atribuir este ano a medalha de mérito do município a Marco António Costa, que durante seis anos foi vice de Menezes com o pelouro financeiro. O autarca socialista lembrou que também o PSD agraciou Heitor Carvalheira, o antecessor de Menezes no cargo, e que a medalha a Marco António é justificável. “Que eu saiba ele não roubou, não é corrupto, e esteve ao serviço da população, o que é meritório, mesmo que não tenha feito tudo bem”, defendeu o socialista.

Mais pacífica foi a ratificação da proposta de tarifário da água e saneamento, que em 2017 não sofrerá alterações para os munícipes, o que significa que a autarquia vai incorporar no orçamento o aumento do preço a que água é fornecida pela Águas do Norte. Eduardo Vítor Rodrigues já tinha aprovado as novas tarifas – a tempo de as enviar para o regulador do sector – e anunciou, sem mais detalhes, que em 2018, se se mantiver à frente do município, pretende acabar com a taxa de resíduos que os gaienses pagam na factura mensal que, neste momento, lembrou, é uma das mais altas da região. 

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