A lot of years turning chickens: este dicionário “traumatiza todo e qualquer estrangeiro”

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Toda a gente já acordou with the feet outside of the bed. Há sempre dias assim. E quantos de nós já não tentamos explicar uma expressão típica portuguesa e fizemos figure of bear? Acontece aos melhores. Para solucionar esses problemas surgiu um dicionário de português acessível a todos.

No início do ano, nasceu no Instagram a página The Portuguese Dictionary que traduz as expressões idiomáticas portuguesas para inglês palavra a palavra, ou em broken english, explicando-as. A ideia é de uma designer portuense de 24 anos que prefere manter o seu anonimato. “Os meus amigos sabem que sou eu desde o início, mas recebo muitas mensagens de pessoas que conheço a mandar sugestões e respondo-lhes como se não as conhecesse. Tem a sua piada“, conta, ao telefone com o P3. 

Quando morou fora do país, percebeu como era comum os portugueses traduzirem expressões à letra. Divertida com a confusão dos estrangeiros, decidiu criar a página. Já conta com 254 publicações, mas as expressões portuguesas são um poço sem fundo. Recebe diariamente sugestões e valoriza especialmente as oriundas de regiões mais pequenas porque são expressões que desconhece. “Acho importante que não sejam só expressões de Porto ou Lisboa”, explica.

Algo que começou como uma brincadeira, “perdeu o controlo” — já tem mais de 122 mil seguidores. “É completamente absurdo. Não sei explicar porquê. Perguntam-me o que é que eu fiz, se paguei por publicidade, mas na verdade não fiz nada”, realça a designer.  Segundo a criadora, a maioria dos seguidores são ou portugueses ou pessoas que namoram ou estão casadas com portugueses. Contudo, as pessoas identificadas nos comentários são quase sempre estrangeiras. Provavelmente, “pessoas que estão a marcar os amigos de Erasmus ou colegas de trabalho”.

O sucesso fez com que a jovem decidisse dar o salto dos ecrãs para a vida real: começou a produzir merchandising, que vende no site do projecto. Desde canecas a t-shirts ou até tote bags, é possível espalhar a portugalidade em qualquer lado e “traumatizar todo e qualquer estrangeiro”.

Texto editado por Amanda Ribeiro