Arquitectura: uma “ode ao modernismo” de Lisboa

©Nuno Sousa Dias
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É impossível dissociar, em Portugal, o termo modernismo de nomes como o de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Amadeo de Souza Cardoso ou Santa-Rita Pintor. Quando nos cruzamos com as suas obras, seja em livros, pinturas, esculturas, significa que as procurámos, que houve intenção de achá-las. Já o encontro com a arquitectura modernista, em Lisboa, pode ser diário, ocasional, fortuito, involuntário, mas, nem por isso, menos significante. Que o diga o autor da série Lisboa Modernista, que dedicou aos edifícios deste estilo arquitectónico 46 fotografias que são como versos de uma “ode ao modernismo”.

 

O “namorico” entre os edifícios modernistas lisboetas e o fotógrafo Nuno Sousa Dias não é de agora, embora se tenha oficializado apenas em Junho de 2017, com a publicação do projecto no seu site. A predilecção está bem patente nas palavras que acompanham o projecto e que o autor partilhou com o P3: “A forma como os edifícios modernistas foram pensados, o seu desenho rítmico, a riqueza e robustez dos materiais e estruturas, a sua integração, tudo foi feito com a maior atenção ao detalhe, incluindo o plano urbanístico que acompanhou estas obras”, enfatiza. Descreve os modelos como “funcionais, duradouros, resistentes ao tempo e ao uso”.

 

O seu coração bate mais forte pela obra do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, que considera um dos melhores arquitectos portugueses e que deixou aos lisboetas “um testemunho da boa arquitectura civil”. “Sinto que não se dá o devido valor a estas obras”, lamenta, sublinhando que são “esquecidas e ignoradas, em vez de celebradas”. A obra impõe-se, há muitas décadas, em Lisboa, diante dos nossos olhos, resistente à prova do tempo — o Hotel Ritz é um dos exemplos. “Porém, a sua monumentalidade é uma característica que parece ter caído em desuso, muito devido aos custos associados. Felizmente, a sua robustez fez com que chegassem até aos nossos dias e que continuem a desempenhar as suas funções eficazmente.”

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