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O que mulheres de todo o mundo levam na mala para o parto

Agnes Noti, 22, Tanzânia. © Anna Kari - WaterAid
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Agnes Noti, 22, Tanzânia. © Anna Kari - WaterAid

As diferenças são abissais. Em Nova Iorque, no momento em que se dirige para a maternidade, Deanna leva na mala um leitor de música portátil. Ellen, no Malawi, uma lanterna. Deanna leva o livro Mindful Mom-To-Be. Ellen leva um plástico negro para cobrir a marquesa onde dará à luz e a lâmina com que a parteira cortará o cordão umbilical do seu filho.

As condições existentes no local do parto condicionam dramaticamente o que as futuras mães levam na sua mala de hospital. Questionar a existência de água potável numa sala de parto é impensável no chamado "primeiro mundo"; noutros locais, uma torneira de onde sai água limpa não passa de uma miragem. Na Tanzânia, por exemplo, no local onde Agnes Noti dará à luz o seu terceiro filho, não existe um lavatório. A sala de partos dispõe de um WC avariado e não tem chuveiro. Após o parto, as mulheres têm de dirigir-se à sala de desinfecção química, o local onde é lavado o equipamento médico e cirúrgico e aí procederem à higiene necessária para evitar processos infecciosos.

A WaterAid desenvolveu este projecto fotográfico colaborativo no sentido de chamar a atenção para a importância da água potável num momento-chave, no qual as diferenças de etnia, credo e cultura ficam para segundo plano. Um parto não é, do ponto de vista biológico, um processo que se altere de acordo com o local onde decorre. Diferente é tudo o que envolve o processo. "Vimos semelhanças notáveis e diferenças igualmente notáveis", observou Sarina Prabasi, presidente da delegação norte-americana da associação WaterAid. "As mães querem sempre as melhores condições possíveis para si e para o seu recém-nascido. Algumas das coisas que traziam eram praticamente universais: roupa de bebé, mantas para cobri-lo, por exemplo. Mas enquanto algumas mães traziam livros, óleos de massagem e leitores de música, outras traziam acessórios médicos e de higiene básicos."

A missão da organização não-governamental WaterAid, que tem sedes em cinco continentes, é assegurar o acesso a água descontaminada, condições de higiene e saneamento para todas as pessoas do mundo até 2030. Deanna está alerta. "Estar grávida tornou-me consciente da sorte que tenho por ter acesso a boas instalações médicas e a água limpa. Todas queremos o melhor para os nossos bebés e é devastador pensar nos perigos inerentes ao uso de água contaminada ou à falta de higiene nos locais onde daremos à luz. Sonho com um mundo onde todas as mulheres possam ter um local seguro e limpo para ter os seus filhos." A.M.

© Anna Kari - WaterAid
Ellen Phiri, 23, Malawi. © Jenny Lewis - WaterAid
© Jenny Lewis - WaterAid
Hazel Shandumba, 27, Zâmbia. © Chileshe Chanda - WaterAid
© Chileshe Chanda - WaterAid
Claudine Razafindrabary, 26, Madagáscar © Ernest Randriarimalala - WaterAid
© Ernest Randriarimalala - WaterAid
Deanna Neiers, 39, Estados Unidos da América. © John Neiers - WaterAid
© John Neiers - WaterAid
Katy Shaw, 31, Austrália. © James Grant - WaterAid
© James Grant - WaterAid
Joanna Edwards, 32, Reino Unido. © Guilhem Alandry - WaterAid
© Guilhem Alandry - WaterAid
Zaituni Mohammed, 29, Tanzânia. © Anna Kari - WaterAid
© Anna Kari - WaterAid
Marie Lucette Ravonjinahary, 38, Madagáscar. © Ernest Randriarimalala - WaterAid
© Ernest Randriarimalala - WaterAid
Zoenabo Karane, 33, Burkina Faso. © Basile Ouedraogo - WaterAid
© Basile Ouedraogo - WaterAid
Chadla Suyhidy Morales Benjamio, 16, Nicarágua. © Jordi Ruiz Cirera - WaterAid
© Jordi Ruiz Cirera - WaterAid
Kemisa Hidaya, 27, Uganda. © James Kiyimba - WaterAid
© James Kiyimba - WaterAid
Merina Milimo, 30, Zâmbia. © Chileshe Chanda - WaterAid
© Chileshe Chanda - WaterAid
Mestawet Legesse, 30, Etiópia. © Behailu Shiferaw - WaterAid
© Behailu Shiferaw - WaterAid