Hong Kong: a desobediência civil tem dois meses e não quer parar

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A 28 de Setembro, milhares de estudantes ocuparam a rua. A avenida era larga, ladeada por enormes edifi´cios espelhados. No ini´cio, eram apenas estudantes, e depois vieram os outros. Poucos dias depois, os confrontos com a poli´cia fizeram correr tinta e atiraram o guarda-chuva para a plateia dos si´mbolos revoluciona´rios. O movimento “Occupy Central” e´ uma iniciativa de desobedie^ncia civil em Hong Kong, para exigir a implementac¸a~o do sufra´gio universal em 2017. As autoridades, contrariando os acordos estabelecidos quando o territo´rio passou para domi´nio chine^s, pretendem a implementac¸a~o de um sistema com candidatos escolhidos pelo aparelho de Pequim e condicionamentos de elegibilidade para os cidada~os. Os estudantes de Hong Kong discordam, aproveitam a boleia da organizac¸a~o criada por Benny Tai, e ocupam o espac¸o em frente aos edifi´cios governamentais, primeiro para tentar bloquear o acesso a` zona financeira, e depois para pressionar uma alternativa poli´tica que siga a via democra´tica. A 15 de Novembro, 50 dias depois do primeiro dia, o impasse mante^m-se. A poli´cia tem agora uma atitude vigilante mas distante, o governo central parece esperar para ver e os estudantes procuram formas de chegar a` fala com quem os oic¸a fora das tendas. Em Hong Kong existem hoje tre^s locais de protesto por ocupac¸a~o (Admiralty, Causeway Bay e Mong Kok), mas o movimento e a situac¸a~o na~o sa~o consensuais entre a populac¸a~o. 50 dias depois do primeiro, quem ocupa mante´m-se no territo´rio que ocupou, organizado, militante, respeitador, envolvido. As imagens deste ensaio fotogra´fico foram captadas em Hong Kong a 15 de Novembro 2014. Dois dos principais líderes estudantis dos protestos que se iniciaram há dois meses foram detidos nesta quarta-feira, 16 de Novembro. Bruno Miguel Castro