Hong Kong: 13 praias interditadas após derrame de óleo de palma

Uma colisão entre dois navios causou um derrame de óleo em várias praias do território chinês. Até ao momento, já foram recolhidas 93 toneladas deste óleo.

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LUSA/VERNON YUEN
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Uma colisão entre dois navios no território chinês de Hong Kong causou um derrame de óleo de palma, tornando 13 praias do território chinês interditas à população e aos turistas. De acordo com a agência Reuters, o incidente ocorreu na passada quinta-feira, perto do porto de Pearl River, na China.

De acordo com o jornal South China Morning Post, até ao passado domingo estavam interditadas 11 praias no território chinês (assinaladas no mapa abaixo, retirado do site do jornal). Contudo, nesta terça-feira, foram fechadas as praias de Deep Water Bay e Turtle Cover, elevando para 13 o número de praias interditadas.

Tse Chin-wan, subsecretário do Ambiente de Hong Kong, afirmou que a colisão entre as duas embarcações ocorreu a “dez quilómetros” do sudoeste do território chinês. A colisão ocorreu durante o dia de quinta-feira, mas as autoridades de Hong Kong só foram alertadas dois dias após a colisão.

O responsável desvaloriza a demora do continente em comunicar às autoridades o incidente. Ao South China Morning Post, Tse diz que os territórios do país só são notificados dos incidentes caso estes tenham impacto no ambiente ou caso entrem na jurisdição daquele território. “Na altura [do incidente], não se sabia que iria atingir Hong Kong”, afirmou.

De acordo com o South China Morning Post, um dos navios derramou mais de mil toneladas de óleo de palma. Até ao momento, foram retiradas cerca de 93 toneladas de pequenos pedaços brancos e gelatinosos daquele óleo.

Apesar disso, Tse Chin-wan acredita que mais de 200 toneladas ainda estejam à deriva no oceano, tornando o processo de limpeza moroso.

Samantha Lee, directora do World Wildlife Fund, declarou à Reuters que, apesar de o óleo não ser tóxico, ainda não se sabe se este seria perigoso para a saúde depois de oxidar.

Por outro lado, Gary Strokes, director da organização sem fins lucrativos Sea Sheperd, disse à mesma agência que o consumo de óleo de palma, de forma concentrada, pode ser perigoso. 

O director da organização comparou este incidente a um ocorrido em 2012. À data, um furação fez cair sete contentores de uma embarcação, deixando-os à deriva no oceano.

“Os peixes estão num frenesim para se alimentarem no óleo de palma. Ainda estamos à espera de saber os impactos [do derrame] nestes animais”, declarou à Reuters, contando que tinha observado óleo a flutuar perto de explorações piscícolas.

Já o director do Centro de Educação e Recursos Ambientais, Ken Ching See-ho, pediu ao Governo chinês para que acompanhe o caso, de forma a apurar responsabilidades. “Nós não conhecemos a causa da colisão. Será que houve negligência por parte dos operadores [da embarcação]? Não sabemos”, declarou durante um programa de uma rádio local.

O responsável reconhece que os trabalhos de limpeza têm sido dificultados devido ao “grande volume” de óleo e à sua forma gelatinosa. Segundo a agência de notícias, o Departamento de Protecção ambiental de Hong Kong já recolheu amostras das águas das praias afectadas para serem analisadas.

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