Landa entra na luta, Quintana e Contador dão sinais de vida

Warren Barguil impôs-se na 13.ª etapa, com os grandes candidatos a conservarem as posições no topo. Fabio Aru mantém a camisola amarela e a vantagem de seis segundos sobre Chris Froome no Tour.

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Já vimos este filme várias vezes na Volta a França em bicicleta, o gregário que parece estar melhor que o chefe-de-fila. Na não muito distante edição de 2012, quando a Sky tinha como líder Bradley Wiggins, Chris Froome era o “super domestique” que tinha de abrandar na montanha para não deixar Wiggins, um especialista em contra-relógio, a enfrentar a concorrência sozinho. Na chegada a Paris, a hierarquia manteve-se, Wiggins primeiro, Froome segundo, mas com a sensação de que podia ter sido ao contrário. Em 2017, a situação parece repetir-se na Sky. Froome é o chefe-de-fila, mas é Mikel Landa quem aparece como o gregário de luxo com mais força nas pernas.

Um dia depois de Froome, triplo vencedor do Tour, ter perdido a camisola amarela pela primeira vez, a 13.ª etapa mostrou que há mais um candidato à classificação geral nas fileiras da Sky, Mikel Landa. O espanhol estava no quarteto que se isolou e que lutou pela vitória na tirada. O primeiro a chegar voltou a ser um francês, Warren Barguil (Team Sunweb), que fez os 101km entre Saint-Girons e Foix em 2h26m29s, superiorizando-se na meta aos renascidos Alberto Contador (Trek-Segafredo) e Nairo Quintana (Movistar). Landa chegou dois segundos depois e, quase dois minutos mais tarde, foi a vez do grupo onde estavam os quatro primeiros, o camisola amarela Fabio Aru (Astana), mais Froome, Rigoberto Urán (Cannondale) e Romain Bardet (AG2R).

Nada mudou na hierarquia dos primeiros. Aru continua na frente, com seis segundos de vantagem sobre Froome, 25s sobre Bardet e 35s sobre Urán. A grande subida na geral pertenceu a Landa, agora quinto classificado, a 1m09s de Aru, e, nos quilómetros finais da etapa, o espanhol pareceu mesmo com vontade de capturar a camisola amarela, tantas foram as vezes que puxou pelo grupo — chegou a ficar a apenas 20 segundos da liderança no decorrer da etapa. Mas o basco, que deverá sair da Sky no final da temporada, garante que a hierarquia da equipa se mantém e que todos trabalham para levar Froome de amarelo até aos Campos Elísios.

“Trabalhamos para a equipa e estamos aqui para ganhar o Tour. Não penso que seja mais forte que o Chris. Ele já ganhou três vezes. Temos uma semana difícil pela frente, com um contra-relógio, e acho que o Chris pode ganhar sem mim”, declarou o espanhol. Já Froome não tem problemas em reconhecer que o seu colega está forte e é um candidato à geral: “Temos muita fé no Mikel e acho que ele mostrou que é uma verdadeira ameaça para a vitória final. É uma óptima cartada para jogarmos.”

Mas o dia não foi só de aproximação de Landa. Foi também do renascimento de dois ciclistas que andavam com pouca sorte neste Tour 2017. Quintana e Contador foram no grupo da frente, terminaram com o mesmo tempo de Warren Barguil e, mais do que recuperarem o orgulho, mostraram que ainda estão vivos e dispostos a lutar até ao fim, ainda com tanta montanha pela frente. Quintana passou para oitavo, agora a 2m07s do líder, Contador reentrou no top 10, agora a 5m22s de Aru.

Tiago Machado (Team Katusha), o único português no Tour 2017, chegou na 109.ª posição, a 15m41s de Barguill, e desceu cinco lugares, para 65.º, agora a 1h25m14s de Aru.

Depois de uma etapa curta, mas com muito espectáculo, o pelotão vai ter uma tirada mais longa e menos acidentada, 181,5km entre Blagnac e Rodez, com duas contagens de terceira categoria pelo meio.

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