A história cor-de-rosa da passagem do treinador Claudio Ranieri pelo clube inglês Leicester City acabou da pior forma e, a julgar pelas últimas notícias, ainda há quem lhe queira acrescentar mais alguns pormenores negros. Jamie Vardy, avançado do campeão da Premier League da temporada passada e uma das principais figuras do clube, diz ter sido alvo de ameaças de morte, que visaram também a sua família. Tudo porque há adeptos que acreditam que ele foi um dos promotores da rebelião no balneário que levou ao despedimento do técnico, há um mês.

Em declarações na segunda-feira à imprensa britânica no Centro da Federação Inglesa de Futebol – onde está em estágio com a sua selecção –, Vardy nega ter tido qualquer papel na destituição do técnico italiano. “Se houvesse algum problema, eu ia ao escritório dele e resolvíamos de homem para homem”, garante. Na suposta reunião de que resultou a saída de Ranieri – após uma derrota por 2-1 no terreno do Sevilha, em jogo da Liga dos Campeões – Jamie Vardy garante que não estava sequer presente: “Estive sentado na sala do controlo anti-doping durante três horas”.

“De qualquer das formas, a história saiu, as pessoas acreditaram e eu agora estou a receber ameaças de morte contra mim, a minha família, os meus filhos”, denuncia o avançado de 30 anos. As ameaças têm sido feitas quer “nas redes sociais, como na rua”.

O avançado inglês afirma que a fúria dos adeptos se virou também contra a sua família, que passou por algumas situações “aterradoras”. A sua mulher, Rebekah, terá sido algo de insultos e ameaças enquanto conduzia o seu carro. “Eu tento não dar importância, mas quando alguém tenta atacar a tua mulher quando ela está a conduzir, com as crianças no carro, isso não é bom. E isso aconteceu várias vezes”, lamentou.

Claudio Ranieri foi despedido a 23 de Fevereiro, menos de nove meses depois do inédito triunfo das “Raposas” na Premier League, vista como a uma das mais improváveis conquistas da história do futebol mundial.

Jamie Vardy foi uma das figuras do Leicester na temporada passada, tendo marcado 24 golos. O jogador – que chegou ao clube por uma soma recorde de 1 milhão de libras [1,15 milhões de euros, ao câmbio actual] pagas em 2012 ao Fleetwood Town, um clube que então militava nas divisões amadoras do futebol inglês – tornou-se entretanto internacional pela selecção do seu país, tendo estado presente no Euro 2016. Depois da competição, assinou um novo contrato de 462 mil euros por mês, um dos mais lucrativos do plantel do campeão inglês.