Sp. Braga perde e sai da Liga Europa

Derrota frente ao Shakhtar Donetsk só comprometeu objectivo dos 16 avos-de-final porque o Gent marcou aos 90+5' na Turquia.

Foto
Francisco Leong/AFP

O Sp. Braga falha os 16 avos-de-final da Liga Europa após ter sido derrotado (2-4), esta quinta-feira, em casa, pelo Shakhtar Donetsk de Paulo Fonseca. Kryvtsov (22 e 62') e Taison (40 e 66') fizeram os golos dos ucranianos, com Stojiljkovic (43') e Vukcevic (89') a marcarem pelos minhotos, acabando a assistir ao golo do Gent no último minuto do jogo com o Konyaspor.

Apesar de saber que mesmo uma derrota frente Shakhtar Donetsk poderia ser insuficiente para afastar o Sp. Braga dos 16 avos-de-final - já que dispunha de vantagem no confronto directo com o Gent - José Peseiro cunhou uma equipa personalizada, destemida, disposta a marcar posição e a enfrentar o "fantasma" ucraniano. A entrada em jogo foi disso prova evidente, ainda que os actos não tivessem correspondido fielmente às intenções.

Cenário antecipado por Paulo Fonseca, que adoptou uma atitude mais cínica. O Shakhtar preparou-se para o primeiro impacto, resolvido sem problemas de maior. À iniciativa bracarense, o Shakhtar respondia com um jogo de expectativa, eventualmente letal. Aliás, os minhotos só não provaram o veneno ucraniano mais cedo porque Marafona mergulhou aos pés de Boriachuk. Era o reflexo da quebra daquele ímpeto inicial, com o meio-campo a falhar demasiados passes, acusando as muitas baixas que condicionaram a estratégia de Peseiro..

Apesar de alguns sustos, o Sp. Braga recompunha-se e ameaçava de forma mais séria a baliza de Shevchenko, chamado a resolver duas situações de risco, em especial o remate de Ricardo Horta, o primeiro com rótulo de golo iminente.

O Sp. Braga reforçava a confiança e carregava. Rui Fonte falhava o alvo e André Pinto subia ao ataque para criar a ilusão de golo que só aumentava a frustração dos “guerreiros”. Um sentimento que ganhou contornos quase insuportáveis quando Kryvtsov mostrou como se faz, inaugurando o marcador no primeiro remate do Shakhtar. Um golpe demasiado duro, que só Ricardo Horta não acusou, liderando a reacção com iniciativas que devolviam a esperança. O Shakhtar continuava no seu registo especulativo, à espera de novo erro, que pouco depois renderia o segundo golo, assinado por Taison.

O Sp. Braga parecia agora irremediavelmente exposto e dependente do que o Gent fosse capaz de fazer na Turquia.
Stojiljkovic ainda ajudou a mitigar a dor com um golo que devolvia, temporariamente, a alegria às hostes bracarenses. Uma alegria que até poderia ter sido plena caso o árbitro tivesse assinalado uma falta sobre Rui Fonte, passível de penálti, logo no início da segunda parte.

Sem lamentações, o Sp. Braga prosseguia, lutava sem cessar e tentava levar o Shakhtar para as cordas. Só que aos minhotos faltava precisamente o que sobrava do lado ucraniano: uma eficácia demolidora que renderia mais dois golos de rajada, novamente por Kryvtsov e Taison.

Com as emoções à solta, o jogo descontrolava-se, acentuando a superioridade do líder do grupo, que se preparava para somar a sexta vitória em seis jogos. As substituições e o nervosismo afectaram ainda mais o Sp. Braga, que ficou a reclamar novo penálti, facto que apenas serve para alimentar conjecturas. O balde de água gelada chegaria no final, já com a "Pedreira" fixada no jogo da Turquia, onde o Gent foi salvo pelo gongo no último minuto do período de compensação.

Sugerir correcção
Comentar