Promover Portugal como potência de surf

O investimento nos desportos de ondas tem trazido um retorno muito positivo a vários níveis para o país.

Portugal vive um momento especialmente entusiasmante no que diz respeito ao Surf: mais praticantes, mais eventos internacionais nas nossas praias, mais reconhecimento e uma economia própria com mais peso. Contudo, ainda há espaço para uma grande evolução de base e é nesse sentido que tem sido feito o investimento da Federação Portuguesa de Surf.

Os atletas portugueses apresentam um desempenho cada vez melhor nos eventos mundiais em que participam, como a campeã mundial em Bodyboard, Teresa Almeida, o vice-campeão mundial em Surf, Nicolau Von Rupp, e o 2.º lugar da Selecção Nacional de Surf no Campeonato do Mundo ISA, entre outras classificações excepcionais. 

De forma a dar continuidade a estes resultados, o investimento total na Equipa Nacional e Selecção Nacional subiu mais de 45% desde 2013.

A maior parte do orçamento para os desportos de ondas é utilizada na participação dos nossos atletas em provas internacionais, nomeadamente nos Campeonatos Mundiais ISA (International Surfing Association). Cerca de 40% cobre as despesas de deslocação, 18% alojamento e 10% alimentação.

Por outro lado, a aposta nos desportos de ondas materializa-se também na preparação dos atletas portugueses. O investimento feito em estágios de preparação e aquisição de equipamento audiovisual e informático, praticamente inexistente até 2013, representa hoje quase 10% do investimento total.

Contudo, a aposta não se limita aos valores financeiros. O Circuito Esperanças, por exemplo, desempenha um papel decisivo na evolução dos jovens atletas nacionais, numa perspectiva de desenvolvimento de uma carreira desportiva. Os estágios da Equipa Nacional, por sua vez, incluem agora mais atletas e promovem o contributo mútuo na formação dos nossos talentos.

Foi ainda feita uma aposta na equipa técnica, a qual consiste, por exemplo, na preparação dos treinadores de surfing por todo o país e na partilha de informação entre a Federação e os treinadores pessoais dos atletas mais promissores. Finalmente, a preparação para as condições específicas das praias onde decorrem as competições internacionais tem-se revelado fundamental para a prestação dos desportistas.

Portugal, dado o orçamento disponível, ainda só consegue estar presente em cerca de um terço das competições em que gostaria de participar. Mesmo assim, todo o investimento nos Campeonatos Mundiais ISA tem alcançado um retorno muito interessante e promissor.

Outro dos vectores a considerar para a evolução desta Federação é o facto de, após muitos anos de negociação, tudo indicar que o Surf irá fazer parte do universo olímpico em Tóquio 2020. Além dos benefícios óbvios da inclusão, esta acarreta um enorme esforço de preparação e adaptação para estarmos preparados e marcarmos presença nos jogos.

Além dos excelentes resultados desportivos, o investimento nos desportos de ondas tem efectivamente trazido um retorno muito positivo a vários níveis para o país. Assim, devemos continuar a investir na participação em provas e desenvolvimento de talentos como forma de promover os interesses dos nossos atletas e a imagem de Portugal como principal potência europeia de Surf.

Presidente da Federação portuguesa de Surf

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