Perkovic e Taylor, os campeões esperados

A croata esteve por duas vezes em risco de ser eliminada no lançamento do disco. O norte-americano correspondeu às expectativas que tem alimentado no triplo.

Perkovic a preparar o lançamento
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Perkovic a preparar o lançamento Ivan Alvarado/Reuters
Christian Taylor no momento do salto
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Christian Taylor no momento do salto Dylan Martinez/Reuters

A manhã do quinto dia de provas no atletismo olímpico, no Rio de Janeiro, veio a coroar dois campeões esperados, a croata Sandra Perkovic no disco feminino e o americano Christian Taylor no triplo masculino, e permitiu rever Usain Bolt em pista, desta feita nas eliminatórias de 200m.

Perkovic reeditou o título de há quatro anos em Londres, com grande vantagem sobre toda a concorrência. Estava inclusivé em prova a cubana Denia Caballero, que no ano passado a havia batido nos Mundiais de Moscovo, mas desta vez não teve hipóteses. No entanto, este foi um título que esteve para não acontecer. Primeiro na qualificação, no dia anterior. Debaixo de chuva e com o círculo de lançamento impraticável, a croata fez dois nulos nos primeiros ensaios e ficou à beira de ser eliminada. Felizmente para ela que o tempo amainou e quando efectuou o terceiro e último lançamento qualificativo já havia um mínimo de condições, que lhe permitiram lançar 64,81m, para os 62m pedidos de acesso directo à final.

Estava concluída a fase um, faltava a dois. Nesta terça-feira, na final, então com sol quase de Verão, a mesma receita - dois primeiros lançamento nulos e a necessidade imperiosa de um terceiro ensaio em bom plano para se manter em prova, dado que do quarto lançamento em diante só as oito melhores faziam o resto da prova. Perkovic, mais uma vez, segurou-se nos limites e conseguiu um grande lançamento a 69,21m, qua praticamente encerrou a prova.

Mesmo este ensaio precioso esteve à beira de ser nulo no círculo, pela clássica infracção de tocar com qualquer parte do corpo, normalmente um ou dois pés, fora do aro que o delimita. Conseguido o essencial, essa marca foi a única que alcançou em todo o concurso, pois a seguir protagonizou mais três ensaios nulos.

Mélina Robert-Michon, a veterana francesa de 37 anos, ganhou a maior medalha da sua carreira, depois de ter sido segunda nos Mundiais de Moscovo em 2013, estando sempre na posição de ouro ou prata todo o concurso, para o fechar da melhor maneira, com um recorde nacional ao quinto ensaio, de 66,73m, cancelando os 66,28m que havia obtido em Moscovo. A campeã mundial Denia Caballero ficou com a medalha de bronze (65,34m).

No triplo salto, os dois maiores e únicos candidatos, os americanos Christian Taylor e Will Claye, ficaram com os dois primeiros lugares e pela ordem esperada, que inverteu a dos trials de Eugene, quando Claye se superiorizou ao seu colega por 26 centímetros, com 17,65m. A posição dos chineses, com os dois lugares a seguir, é de relevar, mas a prova viu-se amputada, por uma razão ou outra, de muitos potenciais protagonistas.

O cubano Pedro Pablo Pichardo, que no ano passado chegou a 18,08m, estava inscrito para os Jogos mas não compareceu, o francês Teddy Tamgho, campeão mundial com 18,04m em 2013, estava a terminar um período de recuperação quando teve nova fractura de esforço, nos campeonatos de França, e não mais pôde competir. Isto para além de os russos terem sido obrigados a ficar de fora.

Do lado positivo fica o facto de os 17,58m de Dong Bin, que chegaram para a medalha doe bronze, o terem deixado a um centímetro do recorde asiático do seu compatriota Li Yanxi.

Quanto a Usain Bolt, correu debaixo de forte aplauso a eliminatória nove dos 200m, e ganhou, quase parando antes da meta, em 20m28s, tempo que foi o 15.º do total das 10 séries. Com a ausência de Miguel Francis, a revelação de Antígua e Barbuda, Bolt parece mesmo ter o caminho livre para cumprir a tal tripla-dupla tida como “impossível”.

A quantidade de velocistas de grande nível oriundos de todo o lado é actualmente surpreendente. O canadiano Andre de Grasse, já medalha de bronze nos 100m no Rio, fez o melhor tempo das eliminatórias, com 20,09s, seguido do talentoso Bruno Hortelano, que voltou a bater o recorde de Espanha, com 20,12s.

Duas portuguesas estiveram envolvidas na qualificação da vara feminina, ficando ambas eliminadas. Marta Onofre passou 4,30m mas não conseguiu depois transpor 4,45m, enquanto Maria Leonor Tavares ficou-se pelos 4,15m.

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