Oriental, Penafiel e Académico de Viseu demarcam-se da Operação Jogo Duplo

Os clubes citados como tendo tido jogadores envolvidos consideram que também são vítimas.

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O futebol volta a ver-se envolvido na questão da viciação de resultados Adriano Miranda

O presidente do Oriental, José Nabais, sintetizou o sentimento dos três clubes apontados pelos investigadores como tendo tido jogadores envolvidos em situações de "manipulação de resultados de jogos da II Liga de futebol" nas temporadas de 2014-15 e 2015-16. "Na nossa posição, a única coisa que dizemos é que estes desenvolvimentos pecam por tardios. A justiça está a fazer o seu trabalho e temos que aguardar serenamente, mas com alguma ansiedade, que o processo chegue ao fim, até porque o Oriental é parte lesada neste processo todo", começou por afirmar à Agência Lusa.

Depois do comunicado divulgado pela Polícia Judiciária (PJ), em que adianta que a investigação surge no seguimento da primeira fase da Operação Jogo Duplo, na qual, em Maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas, José Nabais, que preside ao clube há 15 anos, confessou que só ficará aliviado quando a operação terminar, defendendo que o Oriental deve ser indemnizado pelos danos causados.

"Ficaremos felizes quando o processo chegar ao fim, até para tomarmos algumas atitudes e uma posição, nomeadamente, pedir ou exigir alguns ressarcimentos pelos prejuízos causados ao bom-nome do clube por quem, eventualmente, seja culpado por estas situações", frisou.

Nabais lembrou que os jogadores envolvidos na operação saíram do clube no final da época transacta e assegurou que estará atento se existirem condenações.

"Os quatro jogadores implicados saíram todos, nenhum ficou no clube. Não quero dizer que sejam culpados, porque não estou a culpar ninguém. Foram afastados e deixaram de pertencer aos quadros do Oriental. Os desenvolvimentos que se seguirem vamos aguardar como parte interessada, porque este processo há-de chegar ao fim e, a haver condenações, estaremos atentos", declarou.

Também a direcção do Académico de Viseu negou nesta quarta-feira, em comunicado, o envolvimento de qualquer jogador do clube na Operação Jogo Duplo.

Num comunicado publicado nas redes sociais, o clube beirão garante que "o actual plantel do Académico se encontra a funcionar em plena normalidade, não tendo sido efectuada qualquer detenção dos seus atletas", e que "não houve qualquer diligência efectuada pela Polícia Judiciária junto das instalações do clube". Posição idêntica foi tomada pelo Penafiel.

Ambos os clubes mostraram-se também disponíveis a prestar todo e qualquer apoio nas investigações, caso sejam para tal solicitados.

Cinco futebolistas e um membro da claque Super Dragões, afecta ao FC Porto, são os seis detidos no âmbito da Operação Jogo Duplo, que investiga viciação de resultados no futebol.

Estas detenções (envolvendo três jogadores do Oriental, um do Penafiel e outro do Académico de Viseu) e a constituição de outros oito arguidos estão relacionadas com uma rede asiática de viciação de resultados, nomeadamente com ligações a empresários malaios, e que as acções investigadas dizem respeito sobretudo à época 2014-15, mas também à temporada 2015-16.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a PJ adianta que esta investigação surge no seguimento da primeira fase da Operação Jogo Duplo, na qual, em Maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas.

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