Moto2: Miguel Oliveira começa a acelerar “na direcção correcta”

Arranca no sábado o Mundial de motociclismo de velocidade de 2017. A pré-época e os primeiros treinos livres no Qatar dão confiança ao piloto português.

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Noushad Thekkayil/EPA

Para a KTM será uma estreia, para Miguel Oliveira um segundo assalto no combate pela afirmação no Mundial de Moto2. Quando arrancarem, na tarde de domingo, para o primeiro Grande Prémio do ano, no Qatar, a moto austríaca e o piloto português carregarão às costas indicadores positivos dos testes de pré-temporada e da sessão de treinos livres que ontem decorreu no circuito de Losail. “Estamos na direcção correcta”, projecta o único representante luso na alta roda do motociclismo de velocidade.

É um regresso a casa para Miguel Oliveira, depois de uma entrada na antecâmara do MotoGP pelos manípulos da Kalex, no ano passado. Em 2017, o piloto de Almada volta a unir forças com a KTM, com a qual rubricou a melhor época da carreira, que lhe valeu o segundo lugar no Mundial de Moto3, em 2015. E, até ver, os sinais são promissores.

“Os dias de testes foram muito positivos. Encontrámos melhorias na moto que nos ajudaram a melhorar a confiança e, apesar de os tempos por volta não o revelarem, dado que as condições não eram as melhores, espero começar a época da melhor forma e com condições climatéricas mais estáveis. Estamos na direcção correcta para sermos dos pilotos a ter em conta”, analisou Oliveira, através do seu site oficial.

Depois de ter rodado em Jerez de La Frontera, o piloto da KTM testou também a pista de Losail antes do programa oficial do GP do Qatar, cotando-se no top 5, a 0,6 segundos do melhor tempo. Ontem, na primeira sessão de treinos livres, subiu dois degraus, com uma terceira marca (2m00,555s) só superada por Takaaki Nakagami (Kalex, 2m00,502s) e por Thomas Luthi (Kalex, 2m00,422s).

Quer o japonês, quer o veterano suíço fazem parte do lote dos mais fortes candidatos à conquista do Mundial, uma equação à qual é preciso juntar ainda nomes como os de Franco Morbidelli, Alex Márquez e do rookie Fabio Quartararo, todos aos comandos de uma Kalex. Oliveira tenciona intrometer-se na luta e melhorar de forma substancial a prestação de 2016, ano em que não conseguiu chegar ao pódio nas 13 partidas que realizou, terminando o campeonato com 33 pontos.

“Foi um ano complicado. Consegui absorver a categoria de Moto2, as dificuldades que oferece e isso já me deu uma grande vantagem para 2017. Em termos físicos, apurei mais algumas coisas e sinto-me um pouco mais preparado do que no ano passado, sem dúvida”, diagnosticou o almadense, em declarações à agência Lusa.

A experiência de Oliveira não foi, de resto, a única coisa que mudou de uma época para a outra. Com a subida de categoria de Alex Rins, Sam Lowes, Jonas Folger e do campeão Johann Zarco, as cartas do favoritismo para a presente temporada de Moto2 terão de ser redistribuídas. E o português não enjeita a pressão: “No fundo, vim para esta equipa e aceitei este desafio para me colocar entre os pilotos que possam lutar pelos lugares cimeiros”.

O talento dos 32 pilotos que fazem parte do elenco de Moto2 começa já amanhã a ser posto à prova, na sessão de qualificação (15h55, hora portuguesa). Um dia depois, haverá um tira-teimas de 20 voltas e 107,6km de duração, com o boletim meteorológico a prever céu limpo para o horário da corrida. Mais um bom indicador na calha.     

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