FPF apresenta orçamento sem dependência do Mundial 2018

Em 2017-18, o organismo prevê receitas de 60,3 milhões de euros e gastos de 60,2.

Foto
JFF Jose Fernandes

A Federação Portuguesa de Futebol vai apresentar uma proposta de orçamento "realista" e de "fim de ciclo" para a época 2017-18, na qual uma eventual ausência da selecção do Mundial 2018 não obrigará a refazer as contas.

"Neste orçamento está, obviamente, perspectivada a qualificação de Portugal para o Mundial, mas a hipótese de não estar na Rússia não levaria a FPF à bancarrota, poderia apenas obrigar a um reajustamento orçamental", disse fonte do organismo.

Na proposta de orçamento, que será votada em 10 de Junho, a FPF prevê um rendimento de 9,8 milhões de euros (ME) em competições internacionais, dos quais oito milhões se referem à presença da selecção campeã europeia na fase de grupos do Mundial 2018, que decorrerá na Rússia.

Tal como sucedeu com o orçamento de 2015-16 relativamente ao Euro2016, a proposta de orçamento contempla apenas a presença da selecção na fase de grupos do Mundial, uma vez que as eliminatórias seguintes se disputam depois de 30 de Junho.

Este será um orçamento de "fim de ciclo", já que durante a próxima época terminam todos os contratos de direitos de transmissão, publicidade e patrocínios, que têm um peso de 23,8 ME na proposta a votar em 10 de Junho.

De acordo com a FPF, "estão a ser desenvolvidas negociações para novos contratos", admitindo que a conquista do título de campeão europeu de futebol em 2016 deixou o organismo expectante: "Vamos abordar o mercado como campeões (...) estamos à espera de um crescimento forte".

O orçamento para a época 2017-18 prevê receitas totais de 60,3 ME, e gastos de 60,2 ME, o que significa um resultado positivo a rondar os 68.000 euros. Segundo fonte da FPF, "este é um orçamento conservador, que tem a virtude de só gastar aquilo que se tem, apesar de haver sempre uma dose de risco".

O sistema de vídeo-árbitro, que entrará em funcionamento na próxima época e será totalmente custeado pela federação, terá um impacto de 900.000 euros nos gastos com arbitragem, que sobem de 5,6 para 6,5 ME.

Além dos 23,8 milhões de publicidade e patrocínios, e dos 9,8 de comparticipação da participação em campeonatos internacionais, o organismo prevê arrecadar 12 milhões em jogos sociais, três milhões da FIFA e da UEFA, e outros três do Estado e outras entidades.

Em matéria de gastos, o documento disponibiliza uma verba de 19 ME para custos com as selecções, dos quais nove se destinam à selecção principal.

O orçamento prevê a continuidade da aposta na formação com a federação a querer cumprir o objectivo do chegar a 2020 com 200.000 praticantes federados, cifra que atualmente ronda os 177.000.

Além dos custos com arbitragem, a FPF prevê gastar 5,1 ME com organização de provas, e 6,2 milhões com pessoal, valor que tem vindo a diminuir de ano para ano.

Numa comparação com o orçamento apresentado para a época 2015-16 - o ultimo a incluir a participação da selecção A numa grande competição - esta proposta apresenta números inferiores. Nessa proposta de orçamento, a FPF previu rendimentos de 60,3 ME e gastos de 61,2 ME.

Sugerir correcção
Comentar