Extreme Sailing Series quer “ligação de longo prazo” à Madeira

Ao longo dos quatro dias do evento, mais de 12 mil pessoas passaram pela Race Village da 3.ª etapa ?da prova, ganha pela SAP.

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Lloyd Images

Em Setembro de 2016, a estreia do Funchal como uma das escalas no circuito Extreme Sailing Series (ESS) convenceu a elite mundial da vela. Desde os mais experientes velejadores, à OC Sports, a empresa promotora do evento, houve unanimidade em destacar o excelente trabalho da organização madeirense. Todavia, o regresso dos velozes catamarãs GC32 à baía funchalense deixava uma dúvida: com a fasquia elevada e mais tempo para preparar a logística da competição, conseguiria a etapa portuguesa manter o padrão de qualidade? Eduardo Jesus, secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura, garante que sim, salientando que para a Madeira este é o “pilar que faltava” numa “aposta clara no cluster do mar”.

Do ponto de vista desportivo, correu quase tudo bem — apenas no terceiro dia os traiçoeiros ventos da baía do Funchal dificultaram a realização normal da prova — e, sem surpresa, a SAP Extreme Sailing Series garantiu a vitória na Madeira. Com o regresso de Adam Minoprio ao “leme”, o GC32 de bandeira dinamarquesa controlou de início ao fim a 3.ª etapa do circuito e garantiu a vitória no Funchal, relegando para o segundo lugar os suíços Alinghi.

Se no mar a competência do trabalho de Minoprio e restantes velejadores da SAP foi indiscutível, em terra, segundo Eduardo Jesus, a prova foi ganha pela organização. O governante faz um “balanço extremamente positivo” do regresso dos GC32 ao arquipélago, referindo que “um evento como este, que traz ganhos turísticos e uma realidade diferente para a população”, é o “pilar que faltava” à região. “Na Madeira temos uma aposta clara no cluster do mar. Já temos pilares estruturados, como a aquacultura, uma actividade de cruzeiros que traz mais de meio milhão de passageiros por ano e o terceiro maior registo de navios da Europa. Este é o pilar que faltava e estão criadas as condições para que haja a continuidade do evento”, analisa.

Num balanço feito ao PÚBLICO, o governante diz acreditar que o impacto da realização da prova para a região, “avaliado no ano passado em 9,4 milhões de euros”, será ainda maior. “É possível aumentar esse retorno. Com a preparação que este ano foi feita e com o trabalho de base, é natural que o resultado seja melhor. Precisávamos de impactar em termos de comunicação numa área que é a vocação da Madeira”, acrescenta Eduardo Jesus, que destaca também o “cuidado por parte da Associação Regional de Vela da Madeira de provocar proximidade com a população local”.

Do lado da ESS, o discurso é similar. Andy Tourell, director de prova da OC Sports, considera que a etapa foi “um grande sucesso” para ambas as partes. “Iniciámos esta relação em 2016 e, após um primeiro evento, há sempre margem para melhorar. Houve mais animação e actividades na Race Village e a adesão do público foi muito positiva. Para além disso, com o layout do campo de regata, conseguimos ter barcos a três ou quatro metros do público, o que é extraordinário”, refere.

Com currículo como velejador e um mestrado em Oceanografia, Tourell não esconde, ao PÚBLICO, a “grande motivação” em manter a ligação da prova à Madeira. “Não há nada ainda decidido, mas o nosso objectivo é estabelecer ligações de longo prazo e deixar um legado por onde passamos. A relação com a Madeira tem sido fácil e todos estão a sair vencedores.”

O PÚBLICO viajou a convite do Turismo da Madeira     

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