Este é o Benfica-FC Porto que não lhes sai da cabeça

Desafiados pelo PÚBLICO, os benfiquistas Vítor Paneira e Álvaro Magalhães e os portistas Domingos Paciência e Tulipa escolhem o clássico que mais os marcou.

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Garay marca ao FC Porto, em Janeiro de 2014 - o jogo escolhido por Vítor Paneira Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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Esse jogo de Janeiro de 2014 aconteceu na semana da morte de Eusébio Reuters/HUGO CORREIA

Álvaro Magalhães: "Foi um jogo que fica na memória"

Benfica 3-1 FC Porto (Janeiro de 1987)

 O ex-defesa do Benfica recorda o embate de duas “equipas fortíssimas” da época de 1986-87, em que as “águias” venceram o FC Porto por 3-1. Rui Águas fez um hat-trick e Fernando Gomes fez o único para os "azuis-e-brancos". “Foi um jogo que fica na memória”, diz Álvaro Magalhães, entre um Benfica com “jogadores de grande capacidade” e um FC Porto com “grande equipa”. Registou-se uma assistência de 120 mil pessoas.

Além de Águas, o Benfica, treinado por John Mortimore, alinhou com jogadores como Álvaro Magalhães, Shéu e Diamantino. Pelo FC Porto, que era liderado por Artur Jorge, alinharam também João Pinto, Paulo Futre e Jaime Pacheco. 

Vítor Paneira: “Um clássico diferente de todos os outros”

Benfica 2-0 FC Porto (Janeiro de 2014)

Vítor Paneira jogou no Benfica entre 1988 e 1995, mas não é dos tempos de futebolista que nos fala quando o desafiámos a escolher um clássico marcante. Prefere escolher um jogo recente, o clássico de há três anos, na Luz, poucos dias depois da morte de Eusébio. “Falo deste jogo por causa da carga que envolveu e por ser um clássico diferente de todos os outros”, diz o antigo futebolista ao PÚBLICO. O Benfica venceu por 2-0, com golos de Rodrigo e Garay, num jogo que lançou o Benfica para o título, o primeiro da actual série de três. "O FC Porto não resistiu aos 11 Eusébios que estiveram em campo" foi o título escolhido pelo PÚBLICO para a crónica de jogo. Vítor Paneira assistiu a esse encontro no estádio, como adepto, e recorda um ambiente “estranho”, num “clássico diferente de todos os outros”. “O jogo aconteceu na semana da morte do Eusébio”, lembra Paneira. “Preparar o funeral do Eusébio envolveu toda a estrutura do Benfica e o clássico quase que passou despercebido”, acrescenta o antigo jogador, acreditando que tudo o que aconteceu nessa semana foi um factor de motivação para os jogadores do Benfica. “Os benfiquistas sentiam que tinham a obrigação de ganhar aquele jogo. Isso criou grande impacto nos jogadores e nos adeptos. A melhor forma de homenagear era ganhar e o Benfica venceu com toda a justiça”, diz ainda Vítor Paneira, notando outro facto. “Foi um momento de viragem”. Desde então, o Benfica foi sempre campeão.

Domingos Paciência: "Acho que foi o melhor jogo"

Benfica 2-3 FC Porto (Março de 1992)

O clássico lembrado por Domingos Paciência remonta à época de 1991-92 e foi uma autêntica montanha-russa de emoções, devido às constantes mudanças no marcador, como lembra Domingos. “Acho que foi o melhor jogo”, afirma o ex-avançado do FC Porto, que considerou que o Benfica tinha “uma grande equipa”.

Os golos só chegaram nos últimos 25 minutos do jogo. O FC Porto, treinado por Carlos Alberto Silva, inaugurou o marcador ao minuto 64, por intermédio de João Pinto. Também nesse minuto Rui Bento, do Benfica, foi expulso e parecia que os comandados de Sven-Göran Eriksson iriam passar por maiores dificuldades. Mas aos 74 minutos, William deu às “águias” uma réstia de esperança ao fazer o 1-1. Dez minutos depois, Emil Kostadinov devolveu a liderança aos "azuis-e-brancos". Vantagem que Sergei Yuran, um minuto depois, tratou de anular. A um minuto do fim do tempo regulamentar, já a jogar com menos um, fruto da expulsão de Jaime Magalhães, o FC Porto chegou ao resultado final 3-2, feito por Ion Timofte.

Tulipa: “Por toda a envolvência que houve”

Benfica 1-2 FC Porto (Abril de 2011)

Manuel Tulipa recorda um jogo que não só deu uma vitória ao FC Porto mas que também confirmou os “dragões” como campeões nacionais da época 2010-11. Foi o célebre jogo em que os jogadores portistas continuaram a festejar em pleno relvado, mesmo após a luz do estádio ter sido desligada e o sistema de rega activado. “Eu recordo-me mais desse por toda a envolvência que houve, porque era efectivamente um jogo que podia marcar essa diferença: a possibilidade do FC Porto conquistar um título”, diz Tulipa ao PÚBLICO.

O FC Porto saltou primeiro para a liderança, depois de Roberto defender para dentro da baliza o cruzamento de Guarín. O empate chegou ao minuto 17, depois de um penálti bem marcado por Saviola. Nove minutos depois, também da marca dos 11 metros, Hulk fez o segundo golo "azul-e-branco" e que permitiu aos “dragões” festejarem o 25.º título nacional da história do clube. “O que marca é efectivamente isso: nestes clássicos, tu conseguires surpreender o teu adversário na casa deles”, afirma Tulipa.

 

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