A Luz só respirou fundo perto do final

Jonas abriu o caminho para a vitória do Benfica. Rio Ave deu boa réplica na primeira metade, mas não travou a ponta final dos lisboetas.

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Jonas bisou no jogo entre o Benfica e o Rio Ave PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

Os assobios no Estádio da Luz no final da primeira parte eram elucidativos do desagrado dos 46 mil adeptos “encarnados” pela exibição da sua equipa e pela igualdade no marcador a uma bola. O Benfica conseguiu retratar-se na segunda metade, mas teve de sofrer até aos últimos dez minutos antes de respirar de alívio frente a um combativo Rio Ave.

É certo que nada fazia prever tanta expectativa nesta recepção ao quinto classificado do campeonato, quando Jonas abriu o marcador logo aos 4’. A missão da formação da casa parecia descomplicar-se numa jornada em que jogava sobre brasas, após o inesperado empate na Madeira, frente ao União (0-0), a meio da semana, em jogo em atraso do calendário. Mas não foi assim. Os vila-condenses não abanaram e permaneceram fiéis ao seu plano de jogo que daria frutos aos 13’, quando Bressan, num livre frontal, rematou colocado e indefensável para Júlio César.

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A reacção dos lisboetas não foi a melhor. Pouco pressionante e sem argumentos para mandar no jogo, o Benfica foi fazendo o Rio Ave acreditar que poderia sair com um bom resultado da Luz. Os vila-condenses trocavam bem a bola e instalaram-se, a espaços, no meio-campo “encarnado”.

O atrevimento não produziu grandes efeitos em termos de perigo junto da baliza de Júlio César, mas também nunca foi tão longe que abrisse grandes espaços na sua retaguarda. O empate ao intervalo era perfeitamente aceitável face a uma equipa da casa bastante previsível.

Dois lances duvidosos marcaram o final do primeiro tempo e o arranque dos segundos 45’. Primeiro (42’) Samaris foi poupado de um segundo cartão amarelo e consequente expulsão, após ter travado em falta um ataque de Heldon, lesionando o jogador do Rio Ave (foi rendido por Kayembe); depois (48’) foram os vila-condenses a serem perdoados de uma grande penalidade, após uma mão na bola de Marcelo. Antes já Pizzi tinha sido empurrado na área adversária sem que o penálti fosse assinalado.

Nesta altura, já era perceptível que o intervalo tinha feito bem ao Benfica que voltou ao relvado com outro ritmo e intensidade. No banco, Rui Vitória procurou alimentar a energia atacante da sua equipa e dar-lhe mais imprivisibilidade, com as entradas de Carcela e Raul Jiménez.

Mas foi só quando o cronómetro já tinha entrado nos dez minutos finais que o Benfica conseguiu afastar o espectro de mais um empate. Aos 81’, um cruzamento de Carcela, da direita, foi desviado pela cabeça de Jonas, com o brasileiro a bisar no encontro e a aliviar a tensão que se ia acumulando nas bancadas. E, dois minutos depois, seriam desfeitas as incertezas em relação ao vencedor, com Raul Jiménez, servido por Jonas, a isolar-se e a bater Cassio pela terceira vez.

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