Contra os anfitriões, a excepção deu um título a Portugal

A final do Euro 2016 é o único caso em que a selecção portuguesa conseguiu vencer o país organizador de um grande torneio. Nesta quarta-feira, defronta mais um, a Rússia.

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Treino da selecção portuguesa LUSA/MáRIO CRUZ

Há uma grande e gloriosa excepção sempre que a selecção portuguesa defronta a selecção do país anfitrião. Essa excepção deu no Verão passado um título europeu frente à França, que organizava o Euro 2016. Todas as outras vezes em que Portugal se cruzou com a selecção da casa, perdeu. Nesta quarta-feira, a selecção portuguesa joga com a selecção do país que organiza a Taça das Confederações, a Rússia, para rectificar a entrada em falso no torneio que foi o empate com o México na primeira jornada do Grupo A.

Antes da final no Stade de France e do golo de Éder que deu o título continental à formação orientada por Fernando Santos, Portugal tinha um histórico apenas de derrotas sempre que apanhou a selecção da casa, tanto em Mundiais, como em Europeus. Em 1966, perdeu nas meias-finais com a Inglaterra em Wembley (2-1), no Mundial de 2002 perdeu com um dos anfitriões, a Coreia do Sul (1-0), na fase de grupos, em 2006 perdeu com a Alemanha (3-1) no jogo do terceiro lugar. Em Europeus, Portugal perdeu com a França em 84 (3-2) nas meias-finais, e com a Suíça (2-0) na fase de grupos em 2008.

Quebrado o trauma dos anfitriões há um ano, a selecção portuguesa tem outra barreira para ultrapassar nesta Taça das Confederações, a de ganhar à Rússia no seu próprio terreno, algo que nunca conseguiu, nem nos tempos da União Soviética. Frente à URSS, os portugueses foram goleados por 5-0 nas qualificações para o Euro 84 (haveriam de triunfar na Luz por 1-0 e garantir o apuramento). Na qualificação para o Mundial 2006, a selecção portuguesa empatou em Moscovo (0-0), enquanto no caminho para o Mundial 2014 perdeu também em Moscovo por 1-0, o mesmo resultado de um particular realizado em Krasnodar em 2015, já com Fernando Santos no banco.

Ainda assim, o historial de confrontos com a Rússia é favorável a Portugal. Sem contar com os dois jogos com a URSS, Portugal derrotou os russos por três vezes, a primeira das quais no português Euro 2004 por 2-0 na Luz. Depois, veio uma das grandes goleadas da história da selecção, 7-1 em Alvalade, na qualificação para o Mundial 2006, e um triunfo pela margem mínima na Luz, no apuramento para o Mundial 2014.

Santos vai rodar

No jogo de estreia da Taça das Confederações, a selecção portuguesa deixou fugir a vitória nos últimos minutos, pelo que a necessidade de vencer é maior para este jogo que se vai disputar no estádio do Spartak, até porque a Rússia venceu o seu primeiro jogo (2-0) frente à Nova Zelândia. Para Fernando Santos, todos os jogos têm de ser encarados “com espírito” de final e o objectivo é o mesmo de sempre, vencer, e sem preocupações com a estética. “Não sei o que é bonito, sei o que é bonito e feio para mim. No futebol há uma coisa mais importante que é ganhar, o resto pouco importa”, observa.

"Momentos difíceis são todos os jogos, difíceis no sentido em que não há nenhum adversário fácil. É preciso não esquecer que grande parte destes jogadores escreveram a pagina mais brilhante do futebol português e eu tenho confiança ilimitada neles. A Rússia, que joga perante o seu público, está em renovação e tem treinador novo, é um adversário forte. Temos respeito pela equipa russa, mas não receamos ninguém. A equipa estará preparada", reforça o seleccionador nacional, garantindo também que Cristiano Ronaldo não está distraído com as notícias sobre o seu futuro: “temos um jogo muito importante, o Cristiano Ronaldo está altamente focado no compromisso com a selecção nacional."

Fernando Santos admite que vai fazer algumas mudanças em relação ao jogo com o México e diz que essa situação já estava prevista, mas não diz quais serão as alterações, ou se a entrada de André Silva no "onze" será uma delas: "Algumas mudanças irão sempre existir. Alguns jogadores estão fatigados, mas o objectivo é o mesmo de sempre, sabendo do grau de dificuldade. A rotação estava prevista."

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